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por Luciana Saddi

Perfil Luciana Saddi é psicanalista e escritora

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A importância da frustração no desenvolvimento infantil

Por Luciana Saddi
08/08/13 09:18

A frustração é condição essencial para que o pensamento se desenvolva. Enquanto estamos seguros, confortáveis e ancorados nas experiências de prazer não ousamos novas soluções. Sabemos que é a necessidade que empurra o homem para as descobertas.

Com crianças também ocorre o mesmo. Elas desenvolverão capacidade de pensar se puderem colher o fruto de suas ações. O aprendizado com a experiência exige que a criança tenha vivências inteiras, com começo, meio e fim. Pais muito preocupados tendem a interromper esse processo sem perceber que promovem uma sensação de incompetência na criança. Muitas vezes encontramos crianças e pais com capacidade de cancelar determinadas situações frustrantes, apagando imediatamente o ocorrido. Quando a marca da frustração não permanece, o aprendizado com a experiência não ocorre.

Não deixar o filho cair e aprender com os tombos. Protegê-lo da sujeira antes que o mesmo se suje. Acalmar seus gritos furiosos atendendo imediatamente as exigências da criança. Esconder a morte de animais de estimação ou até de parentes. Os exemplos são os mais variados e corriqueiros, portanto quase imperceptíveis no cotidiano. Os pais movidos pela angústia e pela crença de que a criança é frágil e não aguenta a verdade, passam a superprotegê-la. A intolerância dos pais à dor e à frustração se torna a medida para lidarem com o filho.

Como os pequenos poderão crescer se seus pais não percebem que eles podem lidar com a verdade cotidiana, que estão aptos a conter angústias e são capazes de buscar soluções?

A superproteção não permite o desenvolvimento das capacidades da criança e funciona como  privação de amor e segurança. A punição severa e os castigos corporais não ajudam a desenvolver a capacidade de pensar e sentir. No entanto, a frustração e o intervalo entre um desejo e sua realização colocam o homem em movimento, obrigam-no a criar saídas e o fortalecem para aguentar a dor do viver.

 

 

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Comentários

  1. Rousseau comentou em 09/08/13 at 5:35

    ÚLTIMAS NOTÍCIAS: UE mostra preocupação “vontade geral” com Egito e quer acordo
    Serviço de e-mail ligado a Snowden é desativado pelo “vontade geral”

    Diatribes ludubriam Internet, Websites e Fac(k)ebook.
    Obama: “É permitido espiar cidadãos” (Crowdfunding da genômica a rede totalitária em Panopticon) da Agência de Segurança Nacional Americana (NSA.)
    Na Câmara de Deputados dos Estados Unidos da América: 205 votos CONTRA, 217 votos a FAVOR (In Dutch Telegraph de 26-7-2013).
    A democracia assente no princípio da maioria não é suficiente! (Papa Bento XVI. Berlim, 22 de setembro de 2011). Além disso, o princípio da maioria dos EUA não equivale ao princípio da maioria da Europa: “Podemos mudar? Sim podemos!”
    A população mundial tem reclamado uma Democracia assente no Consenso da razão, segundo a ideia de “vontade geral” de Rousseau. A perfeição máxima do dever é servir o interesse geral (“Intérêt Général” – “bonum commune”), ou seja, o dever de defender os valores coletivos. 1848 “A vontade geral” 1789 (Les droits de l’homme 1789 – Direitos humanos de 1789). Rousseau: artigo 6.º “O conceito da vontade geral”. Spinoza: artigo 2.º “O direito da resistência pela repressão”.
    Diga-o… repetidamente… todos os dias, erga a sua voz em prol do princípio da vontade geral de Rousseau!
    Frapper… frapper… toujours la volonté générale de Rousseau. See
    Fundação para Prevenção de Abusos de Manipulação Genética (VoMiGEN). Correio eletrónico: vomigen@vomigen.eu

    Citação: “A 27 de agosto de 1789, a Comissão aprovou a Declaração dos Direitos do Homem. Havia sido proposta por Lafayette, que ficou impressionado com a Declaração de Independência dos EUA. O Artigo 2.º consagra que estes direitos são a liberdade, a propriedade a segurança e a resistência contra a opressão. O Artigo 6.º afirma que: “Todos os indivíduos têm direito ao reconhecimento em todos os lugares da sua personalidade jurídica“. (Pretende aqui referir-se à vontade geral de Rousseau e não à vontade da maioria)“ Fim de citação. Dietrich Schwanitz “Bildung” “Alles, was man wissen muss”, página 158.

  2. Roberto Ramos comentou em 09/08/13 at 8:20

    Muito bom o texto e me recordo de uma fala que diz:” Ame e deixe viver” isto é muito importante pois na passagem deste mundo sabemos das realidades que nossos filhos irão passar. Por quê não administra-los na condução de educação deles?

  3. Maria Carolina comentou em 09/08/13 at 10:11

    Gostei de suas colocações e da forma didática que explica a necessidade da frustação.

    Abraços

  4. maria aparecida miranda cubas comentou em 09/08/13 at 12:09

    Me lembro de ter lido que a mãe aguia atira
    seus filhotes do despenhadeiro para que
    ele aprenda a voar, sabia decisão de uma mãe que quer dixar que o filhote vivencie
    a esperiência!!

  5. Jerome Ellis comentou em 10/08/13 at 16:03

    Belo texto, tenho pensado nisso recentemente. Tento lembrar que o conforto, na vida adulta, pode ser perigoso e ilusório–eu fico atento quando me sinto confortável para um longo período! Como sempre, você me lembra que a psicanálise se trata da dor cotidiana e como enfrentar ela.

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