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por Luciana Saddi

Perfil Luciana Saddi é psicanalista e escritora

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A paixão é um tipo de ilusão, e o amor?

Por Luciana Saddi
29/08/12 12:35

O sentimento intenso de fusão está na base do apaixonamento – perder-se no outro diriam os poetas. Por isso os apaixonados inventam coincidências. São gordos? Coincidência. Descendentes de japoneses? Coincidência. As famílias imigraram há 200 anos da mesma cidade do Líbano? Coincidência. Gostam da mesma cor? São ruivos? Suas mães têm a letra C no nome? Tiraram as amídalas na infância? Seu filme predileto é estrelado pelo ator que ela mais odeia? Quanto mais coincidências mais intensa se torna a invenção.

Os apaixonados se sentem capazes de tudo, de superar tremendos obstáculos, de fazer sacrifícios descomunais. Tudo é superlativo na paixão, que pretende agir como um antidepressivo potente, mas que pode encobrir um grande vazio e enorme desamparo.

A paixão é um tipo particular de ilusão, pois é comum confundirmos desejo com realidade. É impulsionada pelo urgente necessidade de completude e costuma atribuir importância descomunal ao destinatário de tantos sentimentos. Resiste à realidade, gera perseguição, medo e loucura – não apenas prazer intenso. Funciona como uma droga excitante – algumas pessoas buscam estar num contínuo estado de apaixonamento, pois precisam disso para viver da mesma forma que um viciado precisa de sua droga.

Os apaixonados se tornam submetidos ao objeto da paixão, comportam-se como se estivessem diante de um Deus todo poderoso. Tal desamparo revela a idealização do amor e do amado – perfeição assim existe apenas em nossas fantasias e por isso associamos paixão à cegueira. De fato, quando estamos apaixonados nos tornamos mais vulneráveis ao autoengano e a farsa. Corremos riscos de violência e crime, embora o mais doído dos riscos seja a decepção e o fim desse estranho estado de excitação.

Mas a paixão não dura para sempre, o êxtase arrefece e diminui diante das inúmeras frustrações comuns a todos os relacionamentos. Muitos casais se separam nesse momento porque não querem ou não conseguem transformar em amor aquele forte sentimento.

O amor é um terreno misterioso, convoca sentimentos menos intensos do que a paixão, se consolida na solidariedade, nos cuidados e na ternura – revela afinidades. O amor suporta as diferenças, os conflitos e também os interesses próprios. Costuma ser meio preguiçoso, combate a solidão e se liga a coisas mais banais, menos idealizadas.

O amor é uma invenção miúda que passa à margem da vida. Como são os alfinetes, as linhas e agulhas de costura, ninguém se lembra disso, ninguém vive sem isso.

O amor costura, faz bainha de calça, prende botões e ajusta. É um sentimento raro, não é eterno, nem espetaculoso, embora seja espetacular. Opera de forma silenciosa. Como os botões das camisas, só os percebemos quando faltam.

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Cinema, Música e Psicanálise - Debate

Por Luciana Saddi
27/08/12 13:47

Para segunda edição do Ciclo: Cinema, Música e Psicanálise, apresentamos o documentário, A música segundo Tom Jobim, do diretor Nelson Pereira dos Santos. Após a exibição do filme tivemos um debate com a participação de Ricardo Calil, diretor de redação da revista “Trip”, crítico de cinema da “Folha de S. Paulo” e Raquel Ajzenberg, psicanalista.

Vídeo Debate – Tom Jobim

Facebook SBPSP:  https://www.facebook.com/pages/Sociedade-Brasileira-de-Psican%C3%A1lise-de-S%C3%A3o-Paulo/105193226184401

 O grupo Sessão de Cinema tem a função de criar um espaço de convivência e diálogo do Cinema com a Psicanálise. A proposta é refletir sobre os processos de representação simbólica marcando as diferentes concepções e olhares sobre o mundo. Os filmes são pesquisados a partir de critérios que possam aproximar o aspecto da cultura com a dimensão singular da subjetividade.

Acreditamos que estas conversas são possíveis sem engessamento nem desejo de querer tudo explicar para não saturar o potencial que o filme possa revelar.

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Poema para a fuga

Por Luciana Saddi
27/08/12 09:58

mudando para a china

desfazer as malas do futuro

espalhar pelas prateleiras

medo aqui

      solidão ali

os dentes todos caninos

fantasmas riem do teto

eles vão aonde você for

ecos e cheiros

           um sorriso sépia

pontas de dedos percorrem tua espinha

acariciam tua nuca

e te estrangulam

 Vivian Schlesinger

Nas palavras de Viviam: o tema é fuga, o fato de que os problemas vão junto.
 http://vivianschlesinger.blogspot.com.br

 

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Nossos corruptos não sofrem de arrependimento

Por Luciana Saddi
26/08/12 11:09

Fale Comigo na Rádio Folha

O programa “Fale Comigo” desta semana fala sobre o poder custe o que custar.

A blogueira da Folha Luciana Saddi se baseia na peça “Macbeth”, de Shakespeare para falar sobre ambição.

A história se passa no ano de 1047 quando, após vencer uma batalha e salvar a Escócia, o general Macbeth passa a cobiçar o trono escocês.

Ele é influenciado pela ambiciosa esposa, Lady Macbeth, e juntos tramam a morte do rei. Iniciam uma série de assassinatos em nome da manutenção do poder. Por meio de tramoias conseguem que nobres inocentes arquem com a culpa de seus inúmeros crimes.

“Quem seria o Macbeth pós-moderno e como se daria a luta pelo poder?”, questiona Luciana.

“Infelizmente não consegui encontrar nenhum equivalente contemporâneo”.

Segundo a psicanalista, o sistema paranoico entremeado pela culpa e pelo medo da retaliação encontrados no casal não são vistos em nossa classe política, empresários corruptores e esposas sedentas por colunas sociais. Ouçam o podcast:

http://www1.folha.uol.com.br/multimidia/podcasts/1137022-luciana-saddi-nossos-corruptos-nao-sofrem-de-arrependimento.shtml

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A importância da literatura na formação da personalidade

Por Luciana Saddi
23/08/12 10:17

Internauta: Sou tio e padrinho de uma menina de 11 anos, a qual eu gostaria de presentear com livros que auxiliem no processo de formação da personalidade dela. Ela é uma menina muito bonita, e sempre foi muito elogiada pela beleza. Percebo que isso se transformou num motivo de orgulho para ela, e me preocupa que esse traço seja determinante na formação da sua identidade, tornando-a vaidosa e fútil. 

Tenho esse desejo por acreditar que a literatura é uma das ferramentas mais poderosas na formação da personalidade de uma pessoa, e como eu não vivo na mesma cidade que ela, creio que poderei, através dos livros, ajudar de certa forma.

Posso estar sendo precipitado em minha análise, e se esse for o caso, peço-lhe uma orientação quanto ao meu papel nesse contexto.

Luciana: Não sei se você está sendo precipitado, mas entendo que queira alimentar a “alma” de sua sobrinha. Você quer assumir o lugar de educador para ela. Partilho da mesma opinião sobre a importância da literatura na formação da personalidade de uma pessoa. Eis alguns livros:

 

Matilda, de Roald Dahl

No verão, a primavera, de Lucília Junqueira de Almeida

Mafalda, de Quito

Píppi Meialonga, personagem, de Astrid Lindgren, que dá título a vários livros.

Lobinho na Escola de Enganação, de Ian Whybrow

Trezentos Parafusos a Menos, de Ricardo Azevedo

O menino no espelho, de Fernando Sabino

Para elaborar essa lista tive ajuda de Aurea Rampazzo (professora de redação do Museu Lasar Segall) e Alda Duarte (Bibliotecária do Colégio Equipe).

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Trabalhar cansa, filme de Marco Dutra e Juliana Rojas

Por Luciana Saddi
22/08/12 21:39

Ciclo de cinema e psicanálise – 26 de agosto

No dia 26 de agosto, Trabalhar cansa, longa-metragem de estreia dos jovens realizadores Marco Dutra e Juliana Rojas. Apresentado no Festival de Cannes do ano passado. O filme flerta com o cinema de horror e narra a história de uma dona de casa atormentada por fatos estranhos a partir do momento em que seu marido perde o emprego. A sessão será seguida de debate com a presença da cineasta Juliana.

23º FESTIVAL INTERNACIONAL DE CURTAS-METRAGENS DE SÃO PAULO

PROGRAMAÇÃO

26.08 | DOMINGO

SALA CINEMATECA BNDES

18h00 TRABALHAR CANSA | DEBATE COM JULIANA ROJAS E LUCIANA SADDI

CINEMATECA BRASILEIRA

Largo Senador Raul Cardoso, 207

próxima ao Metrô Vila Mariana

Outras informações: (11) 3512-6111 (ramal 215)

www.cinemateca.gov.br

Ingressos: R$ 8,00 (inteira) / R$ 4,00 (meia-entrada)

Maiores de 60 anos e estudantes do Ensino Fundamental e Médio de escolas públicas têm direito à entrada gratuita mediante a apresentação de documento.

Fruto de parceria entre a Cinemateca, a FEPAL – Federação Psicanalítica da América Latina e a Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo (SBPSP), o CICLO DE CINEMA E PSICANÁLISE é coordenado por Leopold Nosek e conta com a colaboração das psicanalistas Cintia Buschinelli, Magda Khouri e Silvana Rea. Estendendo-se até o mês de outubro, antecede a realização do Congresso Latinoamericano de Psicanálise da Fepal (www.fepal2012.com), marcado para os dias 10 a 13/10 em São Paulo.

 

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Sobre o controle da venda e de porte de armas – ainda discutindo o crime em Aurora, USA.

Por Luciana Saddi
22/08/12 10:00

Sou completamente a favor do controle de venda e de porte de armas e, compreendo a importância das campanhas de desarmamento, no entanto, não acredito que esse tipo de iniciativa detenha um assassino em massa. O controle sobre a venda e o porte de armas atua na diminuição de acidentes caseiros, provocados por arma de fogo. A falta de arma pode evitar crimes passionais ocasionados pela impulsividade ou até mesmo impedir a ocorrência de delitos cometidos por jovens, que apresentem algum comportamento antissocial. Mas, quando falamos num criminoso que investe tempo e dinheiro no prazer de se vingar do mundo, seria ingênuo supor que o controle sobre a venda e porte de armas poderia detê-lo. Esse sujeito comprará, sem dúvida, suas armas no mercado negro. Ele fará qualquer coisa para matar da forma como planejou. Por isso, não acredito que o controle atinja esses criminosos, embora seja muito importante para a sociedade de forma geral.

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O fumo é um ladrão do cotidiano

Por Luciana Saddi
21/08/12 10:14

Vários são os motivos que nos levam a fumar. O cigarro pode ser usado por curiosidade, pressão do grupo e influência da propaganda, que associou sedução e liberdade ao fumo.

É uma droga psicoativa, estimulante, que acelera o fluxo do pensamento e o trânsito das mensagens – deixa seu usuário mais “ligado”. O fumo serve como remédio para aliviar sensações desagradáveis: insegurança, angústia, ansiedade e até raiva. E se associa a certos hábitos repetitivos e à necessidade de manter o automatismo de algumas rotinas.

Há quem use o cigarro para dar o sinal de que a refeição terminou, para controlar o apetite, pois o fumo diminui ou tira a fome e funciona como um anorexígeno. E há quem acenda um cigarro para diminuir a timidez ou o medo. Pode funcionar como um marcador de tempo ou como um símbolo de masculinidade. Está associado ao prazer ou a diminuição do desconforto – assim como todas as drogas.

No início do uso do cigarro, o fumante escolhe quando e onde fumar. Ele controla o fumo de acordo com a ocasião.  À medida que ocorre a dependência o fumante passa a ser controlado pela sensação desagradável produzida pela falta da droga. É quando a síndrome de abstinência se instala causando taquicardia, tontura e uma intensa necessidade de fumar. Ao acender um cigarro a sensação ruim passa rapidamente, produz calma. Cria-se um círculo vicioso.

O cigarro assume o controle da situação. Para cada cigarro aceso há uma necessidade física ou psicológica, uma desculpa e um roubo de vida. O fumo é um ladrão do cotidiano, de sensações, sentimentos e pensamentos, que se vão com a fumaça. Não rouba apenas a saúde. 

No entanto, o fumante quer acreditar que fuma somente porque gosta – ele pensa que é livre para escolher.  Todo dependente químico arruma argumentos para não perceber que está perdendo a liberdade. E resiste a obter ajuda especializada.

Os efeitos desagradáveis do uso do cigarro parecem pequenos, como perda de fôlego – a grande queixa do fumante. Mas, os prejuízos são sentidos a longo prazo, pois essa droga demora para comprometer a saúde – ela opera silenciosamente, gerando grande impacto quando os prejuízos causados pelo seu uso se revelam.

Quando o medo e angústia se tornam inegáveis, surge a possibilidade de pensar em parar de fumar. Mas, parar de fumar não é fácil, há muitas recaídas e negociações internas – dá trabalho tratar dessa dependência, pois a relação com o cigarro está entranhada nos hábitos diários.

Ao parar de fumar somos tomados por estranhas sensações físicas e psicológicas, sobra um vazio, uma falta do que fazer com as mãos e com o tempo. A sensação de não saber onde colocar o desejo é constante. Dá saudades do prazer abandonado. Em momentos de muita tensão ou quando bebemos a fissura aumenta, mas, é preciso aprender a esperar e aprender a se aguentar nessas ocasiões.

O fumo rouba a saúde lentamente, surrupia sensações, sentimentos e pensamentos cotidianos de maneira imediata. E a liberdade vai junto com a fumaça.

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Mulheres envenenam com palavras

Por Luciana Saddi
19/08/12 14:39

Fale Comigo na Rádio Folha

Toda violência está relacionada às possíveis formar de exercer o poder.

Enquanto o homem domina historicamente a violência física, o terror, o estupro, a tortura, o cativeiro e o aprisionamento , as mulheres usam formas “disfarçadas” de violência no âmbito familiar –por meio do controle da casa, das rotinas e dos filhos.

“Mulheres envenenam com palavras. Atingem o calcanhar de Aquiles de seus homens, intuitiva ou propositalmente, ao colocá-los em posição de jamais satisfazê-los”, afirma Luciana Saddi, blogueira da Folha.

“Manipular por meio da culpa e da pena é outra arma muito bem usada por elas. E cada um usa as armas que tem”, diz. Ouçam o podcast:

http://www1.folha.uol.com.br/multimidia/podcasts/1137023-luciana-saddi-mulheres-envenenam-com-palavras.shtml

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Poema para o Corpo Amoroso

Por Luciana Saddi
16/08/12 11:20

depois que um corpo

comporta 

outro corpo

 

nenhum coração

suporta 

o pouco

 

Alice Ruiz

 

Poema escolhido por Ana Tanis, psicóloga, bacharel em letras e curadora de poesia desse blog.

 

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