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por Luciana Saddi

Perfil Luciana Saddi é psicanalista e escritora

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O DESENVOLVIMENTO HUMANO - FÓRUM INTERDISCIPLINAR

Por Luciana Saddi
04/11/13 10:22

 

O estudo do desenvolvimento humano constitui uma área de conhecimento da Psicologia que pretende compreender o homem em vários aspectos (infantil, psíquico, sexual, cognitivo, emocional, motor etc) e ao longo da vida, desde o nascimento até a morte.

Várias teorias surgiram, conforme observamos a linha evolutiva da Psicologia, teorias que procuraram reconstituir, a partir de diferentes metodologias, as condições de produção das representações de homem e de mundo, bem como suas vinculações com os momentos históricos da sociedade e da produção de conhecimento. A Psicanálise também participa dessa empreitada e tem contribuições fundamentais a respeito do desenvolvimento infantil. Vamos conversar com, Vera Regina Fonseca*, organizadora do Fórum Interdisciplinar – O desenvolvimento humano.

Luciana: Como surgiu a ideia desse Fórum Interdisciplinar?

Vera: Quando lemos artigos ou vamos a reuniões científicas e congressos de áreas vizinhas da psicanálise, como a psicologia do desenvolvimento, etologia e neurobiologia, logo fica evidente a necessidade de nos sentarmos à mesma mesa para discutirmos e compararmos nossas ideias sobre temas básicos, como por exemplo, a natureza humana e o desenvolvimento. Foi desta constatação que nasceu o projeto do fórum.

Luciana: Quais os objetivos desse tipo de Encontro Científico?

Vera: O objetivo é oferecer aos interessados uma oportunidade de refletir sobre as várias formas de se abordar o desenvolvimento e a possibilidade de integração de tais perspectivas. Equivale a ver uma paisagem sob diferentes ângulos, cada qual salientando um aspecto particular.

Luciana: Quais as disciplinas que estarão presentes no Fórum e por quê?

Vera: Além da própria psicanálise, com algumas de suas linhas teóricas, teremos:

  • a etologia – o estudo do comportamento animal (incluindo o “animal humano”) sob o vértice de suas origens evolutivas e funções,
  • a psicologia social e cultural, que estuda a diversidade de linhas de desenvolvimento de acordo com o contexto cultural e
  • a neurobiologia, que destacará os aspectos do desenvolvimento das funções cerebrais superiores, e a mútua influência dos fatores genéticos e ambientais no seu desenvolvimento.

Poderíamos agregar várias outras perspectivas, mas começaremos com as que listei acima por apresentarem um potencial de articulação que, a meu ver, ainda não foi suficientemente aproveitado.

Luciana: No artigo, A biologia e o futuro, Kandel (neurocientista e prêmio Nobel) afirma que as neurociências confirmam as descobertas da psicanálise, mas lamenta que essa tenha perdido seu poder criativo, por não ter desenvolvido “métodos objetivos de experimentação das ideias brilhantes que formulou”, ainda nesse mesmo artigo ele afirma que a força heurística da psicanálise se concentra, nos dias de hoje, nas descobertas advindas da psicanálise de crianças, o que você pensa disso?

Vera: Talvez não seja pela criação de métodos objetivos que faremos a diferença, mas pela troca mútua de informações com os colegas de áreas vizinhas, troca esta que possibilitará a construção criativa de novas ideias. Mas, sem dúvida, o estudo do desenvolvimento infantil como é propiciado pela observação de bebês e pela análise de crianças, já é uma fonte de ricos insights sobre a gênese e funcionamento da mente humana.

Luciana: Como as pesquisas a respeito do desenvolvimento da criança podem iluminar a clínica e teoria psicanalíticas e serem, por sua vez, iluminadas por elas?

Vera: Não acho que irá ocorrer uma “iluminação” direta e imediata, mas sim um processo de ampliação de horizontes para as várias áreas envolvidas, caso se disponham a um diálogo regular e respeitoso. Na conferência de encerramento do Fórum, Judy Shuttleworth, da clínica Tavistock de Londres, irá falar exatamente sobre as mútuas contribuições interdisciplinares das últimas décadas.

Luciana: A quem se destina o Fórum?

A todos os profissionais que se interessarem pelo conhecimento ampliado do desenvolvimento psíquico da criança.

*VERA REGINA J.R.M.FONSECA é Psicanalista, Analista Didata e Diretora científica da SBPSP, Psiquiatra e Doutora e pós-doutora pelo Departamento de Psicologia Experimental do IPUSP.

 

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Roda Viva

Por Luciana Saddi
03/11/13 09:18

Nessa segunda-feira, dia 4 de novembro, às 22hs, estarei no Programa Roda Viva para entrevistar o psiquiatra Valentin Gentil.

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PRECE POR UMA MOÇA - crônica de Edgard Rodrigues

Por Luciana Saddi
01/11/13 10:44

Uma moça morreu no cruzamento das ruas Sebastião Antas com a Álvaro Ribeiro, no centro de Americana. Vinha de moto, um carro avançou o pare; no impacto da colisão o capacete soltou-se e ela bateu com a cabeça no chão.

Alguém do meu condomínio foi até o local e descreveu a moça, morta instantaneamente, de olhos abertos; bonita, cabelos negros, misturados ao sangue, os braços estendidos. Em meu recolhimento, dolorosamente, pensei: de olhos abertos, fitando (sem ver) o azul do infinito na manhã de sol.

Quando acontece uma morte como a dessa mocinha, tão brutal, o que me devasta, antes de tudo, é a ideia do impacto da chegada da notícia ruim no seio da família. Depois, vem o questionamento: para uma vida, finada assim, tão prematuramente, o que ela, ou nela, deixa de se realizar? O que se inicia logo após a morte? Nada? Como penetrar esse enigma, que se insinua perturbadoramente por trás dessa palavra, NADA? A escuridão total, ou uma luz intensa, que também cega? Deus, em sua ofuscante majestade? Se há uma forma individual de continuar existindo após a morte, esse é o desafio maior à nossa imaginação, à nossa sensibilidade. Penso na morte desde criança. Todos deveriam pensar. Freud, o criador da psicologia moderna aconselhou: “se queres a vida, prepara-te para a morte”. Mais reflexivos, pensando nela, quem sabe haveria mais cuidado com esse bem maior — a vida.

No Brasil ninguém sofre punição por matar alguém no trânsito. Vidas se vão e permanecem impunes esses propagadores do luto; até que, diante da própria morte, no último instante, eles sejam devastados pela consciência de terem sido responsáveis pelo sofrimento alheio; de sua terrível dívida.

Em minha memória, ficará esse sábado ensolarado quando, abaixo da minha janela, a vida de uma mocinha foi tirada; acolha-a — junto, a dor de sua família — o nazareno Deus do sofrimento.

 

Edgard Rodrigues é artista plástico e escritor.  

rodrigues@artedicoes.com.br

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Para nossos mais desesperados desejos

Por Luciana Saddi
31/10/13 09:12

Ana Tanis, curadora de poesia do Fale Comigo, nos brinda com esse maravilho poema.

Ana: Um poema de Leminski para nossos mais desesperados desejos.

 

objeto

do meu mais desesperado desejo

não seja aquilo

por quem ardo e não vejo

 

seja a estrela que me beija

oriente que me reja

azul amor beleza

 

faça qualquer coisa

mas pelo amor de deus

ou de nós dois

seja

 

Paulo Leminski, In.: Caprichos & relaxos

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O sentimento de inferioridade

Por Luciana Saddi
30/10/13 10:09

O sentimento de inferioridade é algo frequente e importante quando consideramos os sofrimentos psíquicos.  E pode ser visto como um dos principais responsáveis por comportamentos de submissão. 

Corresponde a duas angústias centrais: a perda do amor dos pais e a castração.

A perda do amor é um dos maiores temores humanos e equivale, simbolicamente, à própria morte. Basta lembrar o desespero que acomete os corações partidos.

A castração é entendida como uma operação simbólica que nos coloca, permanentemente, diante da falta e da incompletude. Falta e incompletude são características humanas, mas, trazem sofrimento e são difíceis de aceitar. O medo incessante de falhar ou a descrença na própria potência caracterizam não apenas a incompletude, mas também a dificuldade exagerada de aceitá-la, pois sua contraparte é a expectativa de completude radical e impossível.

Algo como: quem tudo espera obter e não se submete inteiramente à condição de incompletude passa a ter expectativas de tudo poder. Quando percebe que não pode tudo, sente que nada pode.

Quando o sentimento de inferioridade se organiza a ponto de dominar a vida psíquica de alguém, dizemos que uma neurose se estabeleceu. Prevalece a baixa autoestima e a falta de amor próprio. Muitas vezes surge a depressão como consequência dessa constante opressão e descrença em si mesmo.

 

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Clínica psicanalítica e medicação psiquiátrica

Por Luciana Saddi
29/10/13 12:00

Cada geração de analistas é convocada a pensar sobre as questões típicas de sua época. Cada época tem suas particularidades sociais e culturais, indissociáveis das manifestações psicológicas dos indivíduos. Atualmente, é inegável a presença maciça do tema “medicação psiquiátrica” na vida das pessoas.  Como o psicanalista, que também exerce a psiquiatria compreende a prescrição de psicotrópicos no seu trabalho clínico? Vamos conversar com o psicanalista e psiquiatra Gustavo Gil Alarcão*.

Luciana: O que te levou a elaborar um pensamento sobre a relação entre a clínica psicanalítica e a medicação psiquiátrica?

Gustavo: A realidade contemporânea e a necessidade de pensar a prática clínica de forma crítica, partindo da realidade que encontro no consultório, no hospital (Instituto de Psiquiatria) onde trabalho e nas conversas com colegas. O que significa pedir ajuda psíquica, seja para Psicanálise (ou outro campo correlacionado), seja para a medicação? Vivemos em uma época abarrotada de medicações, técnicas e testes psicológicos e gurus de comportamentos com manuais de ajuda e promessas de uma vida melhor, quase um tempo da banalização, no sentido que Hannah Arendt desenvolveu. Muitas pessoas tomam remédio atualmente, sem saber por que e para quê; quando muito se apoiam em noções superficiais de patologias e sintomas psiquiátricos.  Acredito ser muito pertinente a distinção entre o que é medicar e o que é entorpecer e, sobretudo, qual o papel dos profissionais nesse âmbito. O debate atual é muito mais político e econômico do que necessariamente clínico. Acredito que há também certa confusão no trato desse tema, medicação (ou psiquiatria) e psicanálise caminham por sentidos diferentes. E é aqui que o debate pode se tornar interessante, se pusermos a nos perguntar: o que pretende um psiquiatra? E também, o que pretende um psicanalista? E acima de tudo, o que pretendem as pessoas que procuram estas ajudas?

Luciana: O que pensa da afirmação da psicanalista francesa, Roudinesco, de que: “os psicotrópicos têm o efeito de normalizar comportamentos e eliminar os sintomas mais dolorosos do sofrimento psíquico, sem lhes buscar significação”?

Gustavo: As medicações como qualquer substância têm seus efeitos próprios, que muitas vezes são benéficos. O uso que cada um faz destes efeitos é que me parece importante, e aqui entra a busca por significado; significados do que se sente, do que se vive, do que se busca na vida. Se alguém usa medicação ou qualquer outra substância como forma de “fugir da vida” – em que pese a necessidade de algumas escapadas para todos – e adota esta prática como seu eixo condutor, penso estar se privando da própria vida. Nesse sentido, está tentando eliminar qualquer sentimento difícil, criando uma realidade fantasiosa de normalidade plena e ausência de problemas: está se entorpecendo e não tem muito interesse em buscar significados para si (ou está muito amedrontada para isso). Se alguém usa medicação ou outra substância de forma crítica, pensada e, sobretudo, responsável, em algumas situações na vida, não vejo problemas, ela pode estar favorecendo a sua própria busca de significados. Parece-me importante pensar a atuação dos profissionais nesse caso. As pessoas são livres para decidir que caminhos tomar na vida, como querem fazer uso dos remédios, mas penso que aos profissionais caberia o papel de questionar, ampliar a capacidade de pensar e não somente atestar a busca por este alívio imediato.

Luciana: Quando há vantagens no uso de psicofármacos durante o processo de análise e por quê?

Gustavo: As vantagens são muitas. Os remédios provocam efeitos e em algumas situações efeitos realmente necessários para aquele sujeito. Nem sempre estamos disponíveis para nós mesmos, nem sempre estamos em condições de mergulhar em nossa intimidade. Algumas destas travas podem ser facilitadas pelo uso de medicação. Gosto muito do verso de um poema de Viviane Mosé: “Muitas doenças que as pessoas têm são poemas presos”, e pensando assim, o remédio facilita o acesso àquilo que está “preso”. Os remédios podem destravar aquilo que está estagnado, como também conter aquilo que está desmedido, excessivo. São ferramentas, assim como os óculos que usamos para ler. Óculos sozinhos não fazem o menor sentido, óculos em pessoas que não têm vontade, não querem enxergar também não. A pessoa que busca uma análise está em uma empreitada pessoal para se conhecer e lidar consigo mesma e com o mundo sob outra perspectiva (ela quer se enxergar!), o sofrimento pode ser parte desse processo (parte da vida, diria). Intoxicar-se seja por sofrimento, seja por remédio é problemático.

Luciana: Quando há desvantagens e por quê?

Gustavo: As desvantagens são nítidas quando a medicação está sendo usada como um entorpecente ou como um anestésico mágico, ou seja, está sendo usada para distanciar a pessoa de si mesma e de sua realidade. As desvantagens não são só para a análise, mas para a própria pessoa, que mais cedo ou mais tarde “cairá na real”. Quando digo entorpecer estou me referindo aos efeitos de distanciamento da realidade, ilusão de satisfação plena, sensação de prazer e poder inigualáveis, ausência de qualquer sentimento doloroso, além de uma despreocupação com a realidade circundante. No campo da análise, é imprescindível a noção de angústia pessoal, de conflito e de vontade de se responsabilizar pela própria vida. Estas questões ficam prejudicadas com a expectativa de uma vida entorpecida.

Luciana: Como compreende a medicalização da sociedade contemporânea? É mesmo necessário receitar tanto antidepressivo para a população?

Gustavo: Certamente não! Mas, se aqueles que receitam não enxergam muito além de quadros sintomáticos, sem outros significados; se estes mesmos pensam que a vida se restringe a ser doente ou não, como esperar algo diferente? Durante os anos de formação em psiquiatria, não foram raras às vezes em que escutei (e os residentes de psiquiatria que hoje estão estudando conhecem bem esta situação) de colegas mais experientes: “não pergunte as razões, não pergunte os motivos, não tente compreender, estamos aqui para identificar sintomas”- posso ter sido azarado com estas experiências, o que não creio, já que continuo a observar esta mesma postura, para mim, no mínimo criticável. Se esta é a ideologia transmitida, se este é o repertório dos profissionais como esperar outro ato que não a prescrição?

Luciana: Por quê tantos antidepressivos tão específicos estão no mercado? Eles têm mesmo o efeito que pretendem ou há uma estratégia de marketing se sobrepondo ao problema da saúde?

Gustavo: As relações entre os campos de conhecimento e outros campos da vida são complexas. Não há como deixar de incluir aspectos políticos, econômicos, sociológicos e ideológicos nessas análises mais estruturais. O primeiro antidepressivo data de 1957 e de lá para cá muito se criou. A psiquiatria passou por uma enorme modificação conceitual ao longo desse tempo, deixando de adotar posturas conceituais e teóricas para utilizar manuais diagnósticos ateóricos. É um debate complexo. De certa forma foram relegados pensamentos, as questões psíquicas de forma mais complexa e, porque não, profunda. Estamos falando de dilemas cruciais da vida de uma pessoa. Além disso, o individual e suas nuances estavam sempre no centro da discussão, como se aprende em qualquer faculdade de medicina: “cada caso é um caso”, “tratar o doente e não a doença”. Com a possibilidade de se produzir medicações em escala industrial, a forma de pensar a psicopatologia também se modifica e as atuais tendências caminham nesse sentido: generalizar observações para atingir um maior número de pessoas. Será mesmo que vivemos uma epidemia de “doenças mentais”? Ou será que se criaram metodologias que autorizem estes pensamentos e práticas e com isto a prescrição cada vez maior de medicação? Ser psiquiatra não significa necessariamente ser prescritor de remédio, mas pesquise quantos são aqueles que dizem não a um pedido inadequado de um paciente. E mais, como fazem quando percebem que a questão não é medicar? O que dizem aos pacientes? Encaminham ou se prestam a dar conselhos moralistas e comportamentais, dizendo o que devem ou não fazer seus pacientes, sem fazê-los pensar por si próprios? Paira no senso comum a ideia de que psiquiatra dá remédio e psicólogo conversa. De certa forma, esta tendência foi se estabelecendo, mas acredito ser possível ampliar a discussão. O marketing só torna a questão mais difícil porque veste ideologias muito complicadas com belas roupas, se não estivermos dispostos a tirar estas roupas ficamos com as propagandas, que sim, são maciças e visam preponderantemente lucrar.

*Gustavo Gil Alarcão é psicanalista filiado ao Instituto de Psicanálise da SBPSP, psiquiatra do Serviço de Psicoterapia do IPq HCFMUSP, Membro do corpo diretivo da Sociedade Brasileira de Psicopatologia Fenômeno- Estrutural SBPFE

Contato: gustavogilalarcao@yahoo.com.br tel: 11-30621887

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Sexualidade e envelhecimento

Por Luciana Saddi
28/10/13 12:27

Vejam o que a psicanalista, Alexandra Cruz, escreveu sobre o tema:

http://visionari.com.br/atitude/entrevista/item/514-menopausa-e-aumento-de-peso-mais-uma-invencao-da-cultura

 

 

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Se dê conta

Por Luciana Saddi
24/10/13 08:10

Vale a pena conhecer a campanha, se dê conta, do grupo Genta.

http://gentabrasil.blogspot.com.br/2013/10/se-de-conta-2013-questione.html

 

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Pulsão, Paixão e Cultura

Por Luciana Saddi
23/10/13 09:22

Texto escrito pela psicanalista Raquel Ajzenberg e por mim:

Freud diz que a nossa civilização repousa sobre a coerção dos impulsos fundamentais do ser humano: os impulsos sexuais e os agressivos.  Para ele, somos seres carregando tendências que se fossem realizadas tornariam impossível a vida em sociedade. 

Sabemos que a pulsão, no processo primário, busca a satisfação desimpedida, se apresenta como descarga e alivio. A satisfação pulsional livre funciona como entidade selvagem e cega, colocando em risco o indivíduo.

A pulsão de auto conservação e o medo da perda do amor domesticam a intensidade pulsional, submetendo-a a outro regime de funcionamento (processo secundário). O processo de identificação com os pais, com seus substitutos e com os ideais culturais fornece mediadores simbólicos entre o narcisismo e a cultura. Aqui temos a interdição e a aquisição dos valores sociais como substrato da civilização.

Sabemos que os valores nascem da necessidade de impor limites às pulsões, mas essas nunca são totalmente dominadas. A natureza humana carrega consigo algo indomável.

Não existe uma natureza má no homem, porque tanto o mal como o bem são valores construídos e podem ser deteriorados, deturpados ou desviados. Ninguém é bom ou mau em si mesmo, podemos ser bons em relação a uma determinada coisa e maus em relação a outra. 

A essência mais profunda da natureza humana consiste em impulsos instituais de natureza elementar, semelhantes em todos os homens e que visam a satisfação de certas  necessidades. Em si mesmos esses impulsos não são nem bons e nem maus. Classificamos esses impulsos, bem como suas expressões, segundo a relação com as necessidades e as exigências da comunidade humana. Deve-se admitir que todos os impulsos que a sociedade condena como maus – tomemos como representativos os egoísticos e cruéis  – são de natureza primitiva.

Esses impulsos primitivos passam por um longo processo, são inibidos, dirigidos a outras finalidades e campos, mesclam-se e alteram seus objetos. Formações reativas contra certos instintos assumem a forma enganadora de uma mudança em seu conteúdo, como se o egoísmo se tivesse transmudado em altruísmo ou a crueldade em piedade, até alcançarem algum desenvolvimento e cederem e se mesclarem aos impulsos construtivos.

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O obsceno pássaro da noite

Por Luciana Saddi
22/10/13 09:49

O título acima é o de um  romance do grande escritor chileno, José Donoso. A epígrafe desse livro é de Henry James Sr., onde surge o misterioso pássaro obsceno. Vale a pena compartilhar essa epígrafe com vocês:

“Ainda na adolescência intelectual, todo homem começa a perceber que a vida não é uma farsa; que ela não é nem mesmo uma comédia amável; que, ao contrário, ela floresce e frutifica alimentada pelos mais profundos abismos trágicos da privação essencial em que as raízes de seu sujeito se implantam. A herança natural de todo indivíduo capaz de ter uma vida espiritual é uma floresta indômita na qual o lobo uiva e o obsceno pássaro da noite chilreia.”

em carta a seus filhos Henry e William.

 

 

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