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Fale Comigo

por Luciana Saddi

Perfil Luciana Saddi é psicanalista e escritora

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Aprenda a lidar com os questionamentos infantis

Por Luciana Saddi
16/07/13 10:04

No programa “Fale Comigo” desta semana, a psicanalista e blogueira da Folha Luciana Saddi fala sobre a curiosidade infantil.

Ela se manifesta desde a tenra idade. Crianças querem ver, tocar, cheirar, lamber e morder, frequentemente também perguntam aos adultos em quem confiam, sobre os temas que lhes interessam.

“Por meio desse intenso processo de investigação um senso mais realista se forma em oposição a uma visão um tanto mágica do mundo”, diz a especialista.

No áudio abaixo, Luciana explica como os adultos devem lidar com as indagações infantis. Ouça.

http://www1.folha.uol.com.br/multimidia/podcasts/2013/07/1307037-luciana-saddi-aprenda-a-lidar-com-os-questionamentos-infantis.shtml

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Já pensou na possibilidade de realizar um atendimento psicanalítico?

Por Luciana Saddi
16/07/13 09:44

 

Terapias são principalmente úteis quando vivemos uma crise pessoal. (…) Em que acumulam-se as perguntas informuladas, até que estouram numa desorientada angústia não se sabe de quê. (…) A crise pessoal é oportunidade para o pensamento, não sinal de loucura. 

Fabio Herrmann

O Centro Clínico Fabio Herrmann oferece atendimento psicanalítico realizado por profissionais do Centro de Estudos da Teoria dos Campos, na cidade de São Paulo.

Atendimento psicoterápico para crianças, adolescentes e adultos por

profissionais com experiência clínica.

Solicitações por e-mail: clinica.cetec@gmail.com
Site:
www.teoriadoscampos.med.br

CLÍNICA POPULAR – GESTO

A Gesto – Rede Psicanalítica inaugurou no final de 2010 um serviço de atendimento clínico a preço popular.

Os terapeutas que atendem por este serviço são profissionais próximos à Gesto, ligados a nós através de grupos de estudos, seminários e supervisão clínica. Os atendimentos são regularmente supervisionados por um dos psicanalistas membros desta rede.

As regiões atendidas pelo projeto são: Freguesia do Ó, Guarulhos (Centro)*, Higienópolis*, Itaim-Bibi, Jardim Paulista, Pacaembu, Penha*, Perdizes, Pinheiros*, Santa Cecília, Santana, Santo André (Jd. Bela Vista)* e Tatuapé*.

(* bairros onde são oferecidos atendimentos também para crianças)

Tratando-se de atendimentos psicanalíticos, é importante que os possíveis pacientes saibam que este é um tipo de trabalho cuja profundidade exige pensá-lo a longo prazo.

Quem desejar ser atendido ou quiser mais informações, envie-nos um e-mail para contato@gestopsicanalise.com.br com nome e telefone de contato.

Saiba mais:
Gesto – Rede Psicanalítica
http://www.gestopsicanalise.com.br/

 

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Não existe epidemia de crack - ENTREVISTA

Por Luciana Saddi
15/07/13 09:14

O Brasil precisa priorizar a politica de prevenção ao uso indevido de álcool e drogas. Medidas emergenciais e propagandísticas devem ser superadas. São necessárias campanhas comprometidas com uma postura de longo prazo, financiamento de estudos e ações socioeducativas responsáveis. Conhecer o problema a fundo é parte da solução. Conversamos com Marcelo Sodelli*, Presidente da Associação Brasileira Multidisciplinar de Estudos Sobre Drogas – ABRAMD.

Luciana: O que é a ABRAMD?

Marcelo: A ABRAMD – Associação Brasileira Multidisciplinar de Estudos Sobre Drogas – é uma associação nacional, sem fins lucrativos, multidisciplinar, e que tem como áreas de atuação:

  • Promover debates científicos na área de substâncias psicoativas e dependências, em perspectiva multidisciplinar;
  • Promover o aperfeiçoamento de profissionais na área de substâncias psicoativas e dependências através de congressos, cursos, conferências, seminários, reuniões técnicas e outras atividades; 
  • Colaborar com a divulgação de estudos e trabalhos científicos na área de drogas e dependências e
  • Promover intercâmbio com profissionais e entidades afins em âmbito nacional ou internacional.

Luciana: A ABRAMD concorda que exista uma epidemia de crack? Essa é a droga com a qual devemos nos preocupar agora?

Marcelo: Todos os estudos mostram claramente que não existe uma epidemia do crack. O que se percebe é que o seu uso se tornou mais visível e, por isso, se tornou objeto de muitas discussões e ações. O fato de não ter havido um aumento evidente no consumo, não significa que não devemos nos preocupar com o uso desta droga.

Acreditamos que a política sobre drogas não deve priorizar uma substância, mas trabalhar no sentido de diminuir a vulnerabilidade ao uso de risco e dependência de substâncias psicoativas em geral.

Diversos estudos mostram que o usuário de crack também consome outras drogas e o início do consumo se dá frequentemente, a partir do uso pesado de drogas licitas como álcool e tabaco em idade precoce. 

No Brasil, a droga mais preocupante ainda é o álcool, tanto pelo número de usuários e dependentes como por seus efeitos físicos, psicológicos e sociais. O álcool é o principal motivo de internações nos hospitais psiquiátricos que trazem uma grande sobrecarga e gastos para o sistema de saúde.

Luciana: Temos lido bastante sobre a preocupação do governo brasileiro e de São Paulo com a questão do crack. A ABRAMD concorda com o governo estadual sobre a necessidade da internação das pessoas dependentes em comunidades terapêuticas?

Marcelo: A questão central é entender que internação (seja ou não compulsória) não deve ser a primeira opção de uma política de drogas. Ela deve fazer parte de uma terapêutica, mas em casos específicos, quando um usuário precisa de cuidados que fora do hospital seriam impossíveis. Dentro desta perspectiva a discussão sobre comunidades terapêuticas fica em segundo plano.

Uma internação precipitada pode contribuir para o preconceito com o usuário que abusa ou é dependente de drogas.

Luciana: A ABRAMD pensa na prevenção ao uso de drogas? Tem um departamento de prevenção?

Marcelo: Sim, como uma associação multidisciplinar, a ABRAMD tem a prevenção do uso indevido de drogas como um dos temas fundamentais. Nossa visão é abordar a questão na perspectiva de redução de danos. A guerra às drogas, muitas vezes usada como pano de fundo para ações preventivas, tem se mostrado irrealista e ineficaz. Acreditamos que crianças, adolescentes, jovens e adultos podem e devem refletir sobre o uso de drogas, seus efeitos e condições, para terem possibilidade de fazer escolhas favoráveis a uma vida saudável e produtiva.

Temos um grupo de estudos, a ABRAMD/Educação, dedicado a esse tema, que se reúne periodicamente e promove encontros ampliados para os interessados nas questões relacionadas à educação.

Luciana: Quais são os fóruns de discussão da ABRAMD?

Marcelo: Além da ABRAMD/Educação, temos outros fóruns de discussão em pleno funcionamento, entre os quais a ABRAMD/Fenomenologia e a ABRAMD/Clínica, com grupos em Belo Horizonte e São Paulo. Os associados podem formar grupos temáticos de seu interesse, apoiados e divulgados pela diretoria.

Ciclos de Palestras sobre temas como Redução de Danos, Legislação sobre Drogas, Violência e Dependência de Drogas, Internação e outras formas de tratamento para dependentes, têm sido realizados há 3 anos. Esta iniciativa é feita em parceria com a UDED (Unidade de Dependência de Drogas da UNIFESP) e tem tido uma grande aceitação e participação. As palestras são bimensais e gratuitas e as informações podem ser obtidas em nosso site.

Publicamos mensalmente um boletim com estudos, discussões atuais, livros publicados e assuntos de interesse da área de drogas, sempre numa perspectiva multidisciplinar. A cada dois anos realizamos um Congresso Internacional.

Luciana: Quando será o próximo Congresso da ABRAMD e quais os seus objetivos e temas principais?

Marcelo: O tema do nosso IV Congresso Internacional é “Drogas e Políticas Públicas: Educação, Saúde Coletiva e Direitos Humanos”. Será realizado de 30/10 a 02/11/2013 em Salvador, Bahia.

O principal objetivo é promover o debate e o intercâmbio científico e contribuir para o desenvolvimento de políticas públicas mais racionais, pragmáticas e democráticas. Políticas que respeitem as pessoas usuárias de drogas, facilitem o seu acesso aos sistemas de proteção social e promovam a educação, a saúde coletiva e a dignidade humana. Espera-se contribuir para o aprofundamento de ideias, a diversificação do debate e a difusão de estratégias mais efetivas, realistas e pautadas nos princípios éticos e nos direitos humanos. A programação inclui conferências nacionais e internacionais, mesas redondas, oficinas, cursos e apresentações de trabalhos, oralmente e sob a forma de pôsteres. As inscrições podem ser feitas no nosso site.

Luciana: Como a ABRAMD analisa as mudanças nas políticas públicas sobre drogas, em discussão atualmente?

Marcelo: A atual Política Nacional sobre Drogas foi construída com o aval de fóruns populares realizados nacionalmente. Acreditamos que as ações de redução de oferta e demanda de drogas devem ser de responsabilidade direta e prioritária do Estado, com a participação da sociedade. Preocupa-nos que a transferência de ações de assistência para outros setores, sem o adequado acompanhamento e avaliação, enfraqueça as ações públicas, universais e gratuitas pelas quais tanto batalhamos nos últimos anos. A ABRAMD reuniu-se no dia 09 de maio último, em Brasília, com outros 20 representantes de Centros de Referência sobre álcool e drogas de Universidades Federais e Estaduais para discutir as iminentes mudanças na Lei de Drogas, com o objetivo de contribuir para manter princípios técnicos, éticos e humanistas nas ações de prevenção e tratamento para usuários de drogas.

Luciana: Como fazer contato ou ter mais informações sobre a ABRAMD?

Agradecemos a oportunidade de divulgar nossas ideias e ações. Teremos muita satisfação em interagir com as pessoas interessadas em nossos temas de discussão. Nosso email de contato é abramd.diretoria2010@gmail.com Nosso site: www.abramd.org.br

 

* Marcelo Sodelli é Doutor em Psicologia da Educação pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Docente e pesquisador do curso de Psicologia da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Membro da Sociedade Brasileira de Fenomenologia. Autor de vários artigos científicos e do livro “Uso de Drogas e Prevenção”. msodelli@pucsp.br

 

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Férias

Por Luciana Saddi
05/07/13 09:58

Estou de férias entre os dias 5  e 14 de julho.

 Novos post entram no Fale Comigo a partir do dia 15 de julho.

até lá!

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Idealização: Apaixonados nunca enxergam defeitos

Por Luciana Saddi
03/07/13 10:23

Fale Comigo na Rádio Folha

O programa “Fale Comigo” desta semana fala sobre a idealização –um processo psíquico que eleva em demasia as qualidades do outro ou valoriza excessivamente um conjunto de ideias e até uma instituição.

Segundo a psicanalista e blogueira Folha Luciana Saddi, é comum haver uma identificação imediata entre quem valoriza e o que é valorizado.

“Quando idealizamos algo ou alguém pegamos uma carona no sentimento de perfeição e nos sentimos um pouco perfeitos também”, explica.

O processo de idealização também pode aparecer na criação dos filhos, na expectativa de um líder carismático funcionando como um pai protetor e nos sentimentos e convicções religiosas.

http://www1.folha.uol.com.br/multimidia/podcasts/2013/07/1304446-luciana-saddi-apaixonados-nunca-enxergam-defeitos.shtml

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Vaidade

Por Luciana Saddi
02/07/13 13:14

Exagerar nos saltos, maquiagem e joias. Exagerar no emprego do próprio tempo com as roupas e com a moda. Como definir a vaidade? Algo apenas ligado ao aspecto físico e à imagem ou também ligado à opinião que queremos que os outros tenham de nós? 

A vaidade sempre existiu. Na bíblia já se apresentava, muitos dirão. Homens e mulheres de todas as civilizações por meio de adereços, pinturas ou exercícios físicos afirmaram ideais de beleza, cultivaram corpos e desenvolveram suas mentes a fim de alcançar padrões elevados. Mas quando a busca por ideais se torna vaidade? Quando o amor próprio fracasssa ou quando se torna exacerbado?

A vaidade pode ser compreendida pela quantidade de investimento: tempo, dinheiro e excesso de pensar a fim de capturar admiração. Um conjunto de ações, sentimentos e pensamentos que obrigam o sujeito a olhar para si mesmo de forma incessante e o paralisam nessa posição. Excede os cuidados e o amor próprio, podendo se tornar um anticuidado ou até uma autoagressão. Em altas doses se torna parente das manifestações hipocondríacas e autorreferentes.

Freud afirmava que em muitos casos a vaidade funcionava como compensação por algum tipo de sensação de inferioridade real ou imaginada. Seria então uma das formas de encobrir as faltas, indicando fragilidade psíquica.

 

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Envelhecer pega mal?

Por Luciana Saddi
01/07/13 15:31

Beleza e juventude são mercadorias muito vendidas na Sociedade de Consumo de Massa. Venho denunciando a mentalidade de dieta como uma das grandes vilãs – criadora do mal estar atual – capaz de gerar uma série enorme de adoecimentos físicos e psíquicos. Envelhecer não escapa dessa regra de mercado, vejam o que a psicanalista Alessandra Cruz tem a dizer:

http://visionari.com.br/atitude/entrevista/item/415-betty-faria-tem-tudo-de-leila-diniz

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ESCATOLÓGICAS II

Por Luciana Saddi
01/07/13 09:32

Mais um presente de J.B. de Souza Freitas para o Fale Comigo.

 

Pero Rodrigues, da vossa mulher,

não acreditei no mal que vos digam.

Tenho eu a certeza que muito vos quer.

Quem tal não disser quer fazer intriga.

Sabei que outro dia quando eu a fodia,

enquanto gozava, pelo que dizia,

muito me mostrava que era vossa amiga.

 

(Quem avisa, amigo é. Estes versos –  que devem ter emocionado e tranquilizado Pero Rodrigues – foram compostos pelo trovador português Martim Soares, em meados do século 13.)

 

Em riba daquela serra

tem um buraco de tatu;

passa rato, passa gato

no buraco do teu cu.

 

(Outra quadrinha popular recolhida por Mário de Andrade e incluída em seu livro Namoros com a medicina, editado originalmente pela Editora Globo de Porto Alegre, em 1939.)

 

Aqui dorme Bocage, o putanheiro;

passou vida folgada, e milagrosa;

comeu, bebeu, fodeu sem ter dinheiro.

 

(Da lavra do próprio putanheiro, este epitáfio foi retirado das Poesias eróticas, burlescas e satyricas –  publicadas em Paris, em 1915 – e ‘não comprehendidas em varias edições das obras d’este poeta’.)

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Entenda por que a criança quer ter a mãe só para ela

Por Luciana Saddi
28/06/13 09:04

Fale Comigo na Rádio Folha

O programa “Fale Comigo” desta semana fala sobre o desejo que a criança tem de ter a mãe só para ela.

Ela pretende tirar de seu caminho pai, irmãos e tudo mais que possa distrair ou afastar a mãe de si.

Da mesma forma que a criança pretende eliminar, em fantasia, um rival, também o ama –esse rivais costumam ser irmãos e pai, que disputam com ela a atenção da mãe.

“Amar e desejar destruir ao mesmo tempo convivem lado a lado na infância”, explica a blogueira Luciana Saddi.

Abaixo, a especialista explica como os pais devem lidar com a situação. Ouça.

http://www1.folha.uol.com.br/multimidia/podcasts/2013/06/1289564-luciana-saddi-entenda-por-que-a-crianca-quer-ter-a-mae-so-para-ela.shtml

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Alfabetizada em plena Ditadura: que loucura! por Sílvia Rocha

Por Luciana Saddi
27/06/13 09:51

 ou  O último dia do outono de 2013

1964.

Eu tinha seis anos.

Imagine, ser alfabetizada em plena ditadura.

Que loucura!

2013.

Eu, agora, tenho 54 anos.

Saio na rua, caminhando e cantando e seguindo as canções. Lendo cartazes,       muitos cartazes. E, principalmente, respirando a almejada democracia. 

o povo unido é gente pra c…!

É mesmo. É muita gente. Éramos 100 mil na Manifestação de quinta-feira, dia 20 de junho de 2013.Avenida Paulista fechada de cabo a rabo.A Manifestação era, basicamente, para celebrar a redução do aumento dos 20 centavos nas tarifas de ônibus, trem e metrô na cidade de São Paulo, redução conseguida a duras penas e anunciada no dia anterior.

Havia outras bandeiras, muitas outras. As bandeiras das demandas do povo, como extinção da PEC 37, a chamada PEC da Impunidade*; cartazes e gritos contra a Copa das Confederações e contra a Copa do Mundo; contra a redução da maioridade penal; contra a corrupção; demonstrando indignidade em relação à votação em prol da “cura gay” por psicólogos; cartazes e mais cartazes pedindo melhorias na Saúde, na Educação,  na Moradia, na Segurança, no Transporte Público…

país desenvolvido não é aquele em que pobre anda de carro

é onde rico anda de transporte público

E havia as bandeiras de partidos pequenos, como o PSTU, o PSOL, a facção jovem do PSOL, o JUNTOS…Os simpatizantes desses partidos caminhavam, juntos, em direção à Vila Mariana, do lado direito da Avenida Paulista.Do lado esquerdo, manifestantes indignados com os representantes dos pequenos partidos. Gritos, gestos, indignação:

o povo unido não precisa de partido!

Fiquei muito impressionada com a ira manifestada contra os manifestantes que carregavam as bandeiras de seus partidos.Pessoas de todas as idade, prevalecendo os jovens, indignados com o grupo dos “embandeirados”:

o-p-o-r-t-u-n-i-s-t-a-s!

Fiquei estarrecida e temerosa com o clima de adversidade que pairava sobre o ar.

O tempo todo, me perguntava qual era o problema naquelas pessoas quererem propagar suas preferências partidárias.Muitos daqueles partidos e movimentos ajudaram a tecer as manifestações, os movimentos e os acordos, que agora ganhavam cada vez mais corpo, representatividade e voz. E temi pela democracia duramente conquistada.

este governo não me representa

Fui caminhando e me perguntando por que tanta raiva, tanta hostilidade diante dos pequenos partidos. Mas, também, considerei o pouco exercício do diálogo, da cidadania, da cultura política, da vivência e experiência do que poderia chamar de uma alfabetização política, ao longo dessas últimas décadas.

Oh! E, imediatamente me reportei ao meu BE-A-BÁ em plenos anos 1964… Que loucura!  

Tive tanta esperança que o Fernando Henrique  – um homem culto, “estudado” –  que foi professor da minha mãe e tia e disponibilizava a sua biblioteca pessoal para os alunos frequentarem, retirarem livros… Ah! este sim, este homem valoriza a Educação, vai reverter a decadência na qual a Escola Pública se encontra!, pensava… acalentava eu…  E toda a minha esperança retornou com Lula no poder. Ah! Exatamente por não ter estudado, não ter tido oportunidades quando criança e jovem, este sim, vai dar ao povo tudo o que ele não teve, vai retribuir os votos com o que o povo brasileiro necessita. Este, sim! E o que as ruas estão mostrando?

este governo não me representa 

Nem o futebol, que já foi inúmeras vezes apontado como o ópio da nação, está adiantando para distrair e dispersar as multidões:

Copa o c…

queremos transporte, saúde e trabalho!

queremos mais pão e menos circo!

ei! Ronaldo! paga o meu convênio!

queremos hospitais padrão FIFA! 

FIFA go home!

Ninguém nos perguntou se queríamos sediar a Copa do Mundo. Se queríamos investir a quantia de 28 bilhões, que tudo indica que chegará a 33 bilhões, em estádios e outras obras faraônicas, com tantas prioridades em nossas políticas públicas, como Educação, Saúde, Moradia, Transporte Público, Geração de Empregos, Segurança, Saneamento Básico…

vem pra rua vem

contra o governo!

Afinal, um governo que dá margem para um preconceituoso assumido e manifesto presidenciar uma Comissão de Direitos Humanos e permitir que se aprovasse, “na calada da noite”, a “cura gay” por psicólogos… Só pode ser mesmo um ato de provocação, pensei. Um ato para nos humilhar e nos chamar de impotentes e sem voz ou querer.

 Felicianus

anus feliz

atchim! saúde!

está doente? não! tô gay!

existe cura para fanatismo religioso?

E as pessoas caminhavam e convocavam as outras pessoas que assistiam, nos arranha-céus, à multidão paulistana, em marcha.Em muitos escritórios, luzes piscavam em sintonia e aprovação. Havia prédios com bandeiras do Brasil nas janelas… Com luzes verdes piscantes. Pais com filhos nos ombros, pessoas idosas, cadeirantes. E a multidão de jovens.

desculpe o transtorno estamos mudando o Brasil

Na hora de irmos embora, meu filho, o amigo dele e eu vimos colada do lado de fora da Estação Brigadeiro do metrô a pérola poética que resumiu  nossa aventura pela Avenida Paulista, naquela última noite do outono de 2013, o mantra que não quer calar:

cidade muda

não muda

* Proposta de Emenda Constitucional a ser votada pelo Congresso Nacional: Câmara dos Deputados e Senado Federal.

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