Alcoolismo
12/11/13 09:32Os jovens entram em contato com a bebida alcoólica e com as drogas cada vez mais precocemente em nosso país. Quanto mais cedo se dá esse contato, maior a chance de desenvolver abuso ou dependência. Por isso o número de abusadores, alcoolistas e dependente de drogas vem crescendo assombrosamente. Especialistas afirmam que pelo menos 20% da população tem uma relação perturbada com o álcool. Diferente do uso recreativo praticado pela maioria das pessoas que tem como finalidade proporcionar prazer gustativo, relaxamento e um ambiente de convívio social mais agradável.
Alguns psicanalistas consideram o alcoolismo não apenas como toxicomania ou como comportamento adictivo. Eles tendem a ver o processo que leva à dependência como um processo de busca por um estado ideal de onipotência e completude, um culto ao álcool e às drogas, uma religião degradada, que gera perda da humanidade.
Procura-se nos efeitos psicossomáticos da bebida alcoólica ou das drogas escapar da condição humana e tornar-se uma espécie de Deus, mas, o que está em jogo é uma atração mortífera. Há uma conduta de cunho psico-religiosa degradada, revelando uma estreiteza mental. Portanto, o alcoolismo e a drogadição não significam simplesmente uma dependência da química do álcool e das drogas, antes de tudo, falam de fuga da condição humana e aderência a uma fé psicótica no ideal de tornar-se inumano, poderoso e completo.
Por ocasião da instauração da doença pode se dizer que os dependentes desejam ter total “independência” do corpo e usam os efeitos psicossomáticos dos estados de narcose na tentativa de dissolução da própria sensação de corporeidade. Querem atingir, por meio de fantasia onipotente, uma condição de incorporeidade e imortalidade.
Na ânsia de negar-se humano o corpo é sentido como um grande inimigo, por trazer de forma concreta e inegável as vivências de individualização, diferenciação, limitação e mortalidade. Por isso o corpo é alvo predileto dos ataques autodestrutivos do alcoólatra ou dependente de drogas.
Apenas nos estados mais avançados da condição os sintomas neurológicos manifestam-se e a dependência física se expressa.
Luciana, esse enfoque, breve, foi feito em termos corretos: “religião degradada”, “fé psicótica”,” fantasia onipotente”, entre outros, acertam no âmago do problema.
É assustadora a proporção, a propagação dessa realidade e dos males paralelos a ela, como tráfico e a violência. Dá a impressão de que a sociedade não tem condições,ou coragem, para enfrentá-la. Porque? Talvez, todos sejam prisioneiros de dilemas e de perturbação interior que desafiam uma autêntica Religião; um conhecimento e esforço científico inaudito. Quem sabe, uma sábia colaboração dessas duas instâncias.