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por Luciana Saddi

Perfil Luciana Saddi é psicanalista e escritora

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Amor de mãe pode sufocar

Por Luciana Saddi
15/10/13 09:34

O caráter indefeso da criança e sua grande necessidade de cuidado exigem da mãe muito amor e dedicação. Em contrapartida é possível que a mãe desenvolva um tipo de amor sufocante. O enorme prazer de ter um filho e a satisfação que sentimos enquanto os criamos contribuem para desejarmos que essa fase da vida se eternize. O tempo congelado num momento de enorme satisfação e amor mútuo entre mãe e bebê traz sérios perigos para o desenvolvimento da criança.

Seja por carência, seja por excesso de prazer na relação com o filho, algumas mães tendem a explorar essa relação em benefício próprio, para gratificar o desejo de ter alguém totalmente dependente de si. Mimam e cuidam de seus filhos para que não desenvolvam autonomia, para se tornarem presos a ela. Detestam qualquer sinal de crescimento e individualidade – o que está em jogo é um tipo de amor possessivo e controlador, que não incentiva um comportamento curioso em relação ao mundo. Nem reforça atitudes independentes da criança. Essas mães precisam que seus filhos se tornem mais dependentes do que o necessário. E, muitas vezes, se utilizam do medo ou da gratificação excessiva para podarem qualquer desejo de crescimento e independência.

Podemos dizer que uma situação perigosa tanto para a mãe como para o filho está sendo consolidada quando a preocupação primordial e exclusiva gira em torno do bem estar do filho; quando a satisfação pessoal ocorre apenas ligada aos cuidados dispendidos a ele; quando nenhum outro interesse se sobrepõe ao interesse de estar com a criança. Situação que muitas vezes exige o adoecimento psíquico do filho ou sua infantilização e dependência.

Essas mães não se apercebem que preparam uma grande armadilha para o futuro  daqueles que mais amam.

 

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Comentários

  1. Carolina Ribeiro comentou em 15/10/13 at 15:55

    Pois sim… Praticamente se doam. Texto muito bem colocado.

  2. Alba comentou em 17/10/13 at 12:45

    Acrescento, Luciana, que o propósito que impulsiona a decisão de ter filhos pode também ser sintoma de algo que nunca foi analisado, nunca foi examinado no passado da mãe e do pai. Ouço razões que não me parecem boas para se ter filhos, como ter alguém de cuide de você no futuro. Tema interessante para a gente pensar, não é? Outros, ainda que afirmem o mesmo, pensam no presente e no status ou na sombra que o filho fará em sua vida, evitando pensar sobre medos e limitações que nunca quiseram enfrentar. O filho torna-se justificativa para evitar tudo o que não querem resolver, e ainda pressionam outras pessoas a terem filhos também, causando enorme angústia em outras pessoas que ainda não os tem ou que não querem ter filhos, por exemplo. Fica minha sugestão para algum outro texto ou comentário. Abraço.

    • Luciana Saddi comentou em 17/10/13 at 17:19

      obrigada pela sugestao!

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