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por Luciana Saddi

Perfil Luciana Saddi é psicanalista e escritora

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Pré-conceitos e bigornas

Por Luciana Saddi
10/09/13 09:48

Internauta: Tenho 23 anos, e iniciei um relacionamento com uma mulher de 32. Aparento ser mais velho e ela mais nova. Temos uma relação saudável, boas conversas e a química tem dado certo. Porém, ela sempre teve preconceito em se relacionar com uma pessoa mais nova, mas, surpreendendo-a com a minha maturidade. No entanto, a idade tem sido um empecilho. Mesmo ela sendo uma pessoa independente, que mora sozinha e ganha muito bem, como eu – que já iniciei minha independência e tenho uma condição de vida estável – ela se diz em dúvida, e tem vergonha de me apresentar para a família e me assumir para a sociedade.

Luciana: Há muitos anos atrás uma adorável garotinha, de 10 ou 11 anos, me disse que iria se casar com um moço chamado Gustavo, moreno, de olhos azuis, no Havaí e que teria cinco filhos. Perguntei como ela sabia o futuro, e se o Gustavo não aparecesse? Ela me respondeu que, então, se casaria com um Henrique, loiro de olhos verdes, em Londres e teriam seis filhos. A garotinha não foi capaz de questionar sua ideia fixa e imutável, mudou o nome do noivo, o local da cerimônia, a quantidade de filhos, mas não abriu mão das “certezas bigornáticas” – transformou o desconhecido em conhecido. Aboliu o medo do futuro, o medo de não ser capaz de realizar seus sonhos.

Os pré-conceitos funcionam como bigornas caindo em nossas cabeças. Ideias pré-formadas sem base experiencial podem impulsionar a vida e, muitas vezes, até parecem protetoras, quando ligadas a sonhos e desejos antigos, mas podem se tornar verdadeiras prisões se dominadas pela rigidez e inflexibilidade. São um dos maiores impeditivos para aprendermos com a experiência.

 

As três palavras mais estranhas

Quando pronuncio a palavra Futuro,
a primeira sílaba já se perde no passado.

Quando pronuncio a palavra Silêncio,
suprimo-o.

Quando pronuncio a palavra Nada,
crio algo que não cabe em nenhum não ser.

Wislawa Symborska

 

Dica: Ondas do destino, filme de Lars von Trier. Qual a diferença entre uma ideia delirante de salvação, advinda do desespero, e um preconceito?  

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