Folha de S.Paulo

Um jornal a serviço do Brasil

  • Assine a Folha
  • Atendimento
  • Versão Impressa
Seções
  • Opinião
  • Política
  • Mundo
  • Economia
  • Cotidiano
  • Esporte
  • Cultura
  • F5
  • Classificados
Últimas notícias
Busca
Publicidade

Fale Comigo

por Luciana Saddi

Perfil Luciana Saddi é psicanalista e escritora

Perfil completo

Neurose

Por Luciana Saddi
16/05/13 09:20

Os termos diagnósticos da Psicanálise se popularizaram de tal forma que os usamos para criticar amigos e colegas. Diante de certos sintomas e atitudes ou mesmo quando há um conflito insolúvel utilizamos o termo neurótico de forma livre.

O termo neurose foi introduzido na medicina no final do século XVIII, falava-se em doenças nervosas como palpitações, cólicas, hipocondria e histeria. No século XIX classificava-se sob o nome de neurose, tanto as enfermidades funcionais sem lesão ou inflamação comprovadas como as manifestações psíquicas que hoje sabemos corresponder a lesões do sistema nervoso. Portanto, tudo que alterasse o funcionamento psíquico era considerado neurose. Não se distinguiam os quadros de origem física dos de origem psicológica.

Os critérios para discriminar esses quadros serão desenvolvidos pela Psicanálise que adotará um sistema que privilegia a vida mental. Para as neuroses não há base física nem disfunção de órgão a justificar os sintomas. A neurose é produto de conflitos inconscientes, ideias contraditórias e insuperáveis, desacerto de afetos. Pura expressão do sofrimento psíquico é criada em nível simbólico, compreende a forma de armazenar e viver experiências. Está ligada à infância, e também indica uma estrutura e organização da personalidade.

Neurótico é aquele que sofre de forma estéril, segundo Freud. Preso ao passado se repete e repete situações dolorosas sem perceber. Os sintomas e sinais são múltiplos. Fobias, pânico, paralisias psíquicas, angústias generalizadas, dores e sinais de doença física sem correspondência orgânica que justifique o medo de viver e de se responsabilizar pelo próprio destino. Obsessões e compulsões, pensamentos circulares e expectativa constante de tragédia. Extrai algum prazer dessa miséria, por isso se aferra aos sintomas, se nega a acreditar que é o protagonista, mesmo que inconsciente. O neurótico compromete o funcionamento de uma área da vida ao desprezar sua própria realidade mental e se sai, relativamente bem, no resto. 

O tratamento analítico pode libertar o sujeito dessa tortura, não evita os sofrimentos do viver, apenas encontra meios para expressá-los.

 

Mais opções
  • Google+
  • Facebook
  • Copiar url
  • Imprimir
  • RSS
  • Maior | Menor
  • Comentários
  • Facebook

Comentários

  1. jose carlos comentou em 16/05/13 at 12:41

    bom e sintético.

  2. A. Carmo comentou em 23/05/13 at 20:02

    A neurose é produto de conflitos inconscientes, ideias contraditórias e insuperáveis […] O tratamento analítico pode libertar o sujeito dessa tortura, não evita os sofrimentos do viver, apenas encontra meios para expressá-los.

    Dessa forma, a pessoa com neurose terá que conviver com ela por toda a vida? Se sim, como evitar que isso interfira na vida profissional?

Publicidade
Publicidade
  • RSSAssinar o Feed do blog
  • Emaillusaddi@uol.com.br

Buscar

Busca
  • Recent posts Fale Comigo
  1. 1

    Despedida

  2. 2

    CRÔNICA SENTIMENTAL EM UM TEMPO DE TODOS (4)

  3. 3

    CRÔNICA SENTIMENTAL EM UM TEMPO DE TODOS (3)

  4. 4

    CRÔNICA SENTIMENTAL EM UM TEMPO DE TODOS (2)

  5. 5

    CRÔNICA SENTIMENTAL EM UM TEMPO DE TODOS (1)

SEE PREVIOUS POSTS

Arquivo

  • ARQUIVO DE 26/05/2010 a 11/02/2012

Sites relacionados

  • UOL - O melhor conteúdo
  • BOL - E-mail grátis
Publicidade
Publicidade
Publicidade
  • Folha de S.Paulo
    • Folha de S.Paulo
    • Opinião
    • Assine a Folha
    • Atendimento
    • Versão Impressa
    • Política
    • Mundo
    • Economia
    • Painel do Leitor
    • Cotidiano
    • Esporte
    • Ciência
    • Saúde
    • Cultura
    • Tec
    • F5
    • + Seções
    • Especiais
    • TV Folha
    • Classificados
    • Redes Sociais
Acesso o aplicativo para tablets e smartphones

Copyright Folha de S.Paulo. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress (pesquisa@folhapress.com.br).