Neurose
16/05/13 09:20Os termos diagnósticos da Psicanálise se popularizaram de tal forma que os usamos para criticar amigos e colegas. Diante de certos sintomas e atitudes ou mesmo quando há um conflito insolúvel utilizamos o termo neurótico de forma livre.
O termo neurose foi introduzido na medicina no final do século XVIII, falava-se em doenças nervosas como palpitações, cólicas, hipocondria e histeria. No século XIX classificava-se sob o nome de neurose, tanto as enfermidades funcionais sem lesão ou inflamação comprovadas como as manifestações psíquicas que hoje sabemos corresponder a lesões do sistema nervoso. Portanto, tudo que alterasse o funcionamento psíquico era considerado neurose. Não se distinguiam os quadros de origem física dos de origem psicológica.
Os critérios para discriminar esses quadros serão desenvolvidos pela Psicanálise que adotará um sistema que privilegia a vida mental. Para as neuroses não há base física nem disfunção de órgão a justificar os sintomas. A neurose é produto de conflitos inconscientes, ideias contraditórias e insuperáveis, desacerto de afetos. Pura expressão do sofrimento psíquico é criada em nível simbólico, compreende a forma de armazenar e viver experiências. Está ligada à infância, e também indica uma estrutura e organização da personalidade.
Neurótico é aquele que sofre de forma estéril, segundo Freud. Preso ao passado se repete e repete situações dolorosas sem perceber. Os sintomas e sinais são múltiplos. Fobias, pânico, paralisias psíquicas, angústias generalizadas, dores e sinais de doença física sem correspondência orgânica que justifique o medo de viver e de se responsabilizar pelo próprio destino. Obsessões e compulsões, pensamentos circulares e expectativa constante de tragédia. Extrai algum prazer dessa miséria, por isso se aferra aos sintomas, se nega a acreditar que é o protagonista, mesmo que inconsciente. O neurótico compromete o funcionamento de uma área da vida ao desprezar sua própria realidade mental e se sai, relativamente bem, no resto.
O tratamento analítico pode libertar o sujeito dessa tortura, não evita os sofrimentos do viver, apenas encontra meios para expressá-los.
bom e sintético.
A neurose é produto de conflitos inconscientes, ideias contraditórias e insuperáveis […] O tratamento analítico pode libertar o sujeito dessa tortura, não evita os sofrimentos do viver, apenas encontra meios para expressá-los.
Dessa forma, a pessoa com neurose terá que conviver com ela por toda a vida? Se sim, como evitar que isso interfira na vida profissional?