Ideal romântico
09/05/13 09:08O sucesso da música ultrarromântica, “Esse Cara Sou Eu”, de Roberto Carlos, fala de um homem apaixonado, que idolatra a amada. Ele pensa nela o tempo todo. Está sempre disposto a encontrá-la e conta os segundo enquanto a espera, pois não aguenta ficar longe dela.
Esse é o ideal romântico de muitas mulheres, que esperam ser o objeto de desejo único e exclusivo de um homem. Acreditam que o namoro ou casamento lhes dará a oportunidade de serem totalmente compreendidas e aceitas.
É frequente observarmos que o exagero das demandas femininas ou masculinas leva a enorme insatisfação. Não há quem consiga amar proporcionando completude infinita ao amado.
Esse amor exclusivista e idealizado revela uma posição difícil nos relacionamentos, a dependência imatura e infantil, típica dos apaixonamentos. Angústia de separação, terror de abandono entram em cena. Amar se torna um tormento.
Esse ideal romântico costuma intensificar o sentimento de perseguição, pois quem passa o tempo todo pensando em alguém exige o mesmo do outro e interpreta como traição as menores frustrações ao desejo de controlar e possuir inteiramente alguém.
O sentimento de posse ultrapassa o apagar das diferenças e das singularidades, leva a um controle obsessivo e impossível de quem se ama. A posse é sempre violenta, o aniquilamento do outro está embutido nela.
Melhor seria que os relacionamentos ficassem longe da versão idealizada do amor. Pois todas as relações são parcialmente insatisfatórias. Muitas mulheres e homens desperdiçam a chance de felicidade razoável e possível porque esperam realizar esse ideal. É sábio não idealizar o amor nem os homens nem as mulheres. Prudente não confundir paixão com amor e com bom sexo. E muito importante não amar sozinha, amores platônicos tristes e desgastantes que, talvez, nem merecem o nome amor.
Concordo, Saddi. As paixões platônicas, porque idealizadas e não vivenciadas de fato, são vãs, fúteis e muitas vezes desgastantes. Mas tudo na vida é passageiro (menos o motorista e o cobrador do ônibus).
Um passo interessante é descobrir que até o motorista e o cobrador sao passageiros.
P.S.: Gostaria de trocar os “vãs, fúteis” por “vãs, vazias”. Mas, para ser mais precisa, talvez seja melhor usar “tolas”: sem inteligência, sem juízo. No mais, acho que a piada do passageiro ficou mal contada, pois, seguindo a lógica, qualquer outro motorista, inclusive o de táxi, não seria passageiro (não sei contar piadas).
Mas vou me despedir de você (for good!), com muito carinho, com umas riminhas bem fraquinhas… Abraços e, mais uma vez, parabéns pelo blog!
O amor precisa de dois
Amor de um pode ter seu valor
Mas é amor triste, sem sabor
Luciana, é difícil não idealizar alguém. É inevitável não projetar uma imagem, é um pensamento quase automático. Por outro lado, o outro sempre “esconde” deficiências e falhas, principalmente no início do relacionamento. Aliás, os dois lados sempre agem de maneira “desonesta” durante o jogo da conquista e sedução. Há ainda o auto-engano que faz as pessoas acreditarem que estão agindo de maneira “sincera” e que têm amplo domínio da situação. É isso que leva as pessoas a cometerem o casamento culposo. rsrs
Você está certo! Pense que a situacao ideal e nao esperar nada sempre! Quando voce se interessar por alguem nao espere nada, aguente conhecer a pessoa antes de imaginar, depois nao espere nada de novo, deixe rolar e ainda, mais uma vez, nao espere nada, simplismente aguarde!