A sociedade patriarcal: casamento e família
25/04/13 09:58A sociedade patriarcal está encolhendo. Homens frequentam cada vez mais o cabeleireiro e mulheres são livres para trabalhar. A autoridade masculina não tem mais o poder sobre os filhos e a esposa e nem gere exclusivamente a economia familiar. Perdeu o peso de séculos de dominação.
Para ter autoridade, nos dias de hoje, é preciso conjugar mérito com responsabilidade. Não mais se herda essa posição de domínio, nascendo homem, como se herdasse um título de nobreza acompanhado de terras e servos. A autoridade é uma posição a ser conquistada.
Instituições entrelaçadas como casamento e família asseguraram historicamente a continuidade da sociedade patriarcal.
A crise que o casamento enfrenta hoje é consequência dessas transformações sociais. Casamos mais vezes, muitas vezes. Os casamentos duram menos, e inversamente, as festas são mais caras, luxuosas. A preparação é árdua e longa. É como se tivéssemos que crer nessa instituição que segura tantas outras em seu campo, reforçando a festa ao máximo, porque o casamento (como o conhecemos) vem perdendo sentido.
O casamento moderno, fruto do ideal de amor romântico, sentou suas bases na afinidade mais do que na troca patrimonial. Nasceu da necessidade de aconchego de guerreiros, mas se transformou, para muitos, num verdadeiro campo de batalha.
O matrimônio ainda encobre o interesse pelo patrimônio, o legado: filhos, terras, dinheiro continua vivo. As disputas judiciais advindas das separações não deixam dúvidas sobre as bases onde a família nuclear se assenta, transcendendo a ideia de união baseada no ideal de afinidade.
A família também vem se transformando e poucos ainda acreditam que ela seja apenas um lugar seguro e amoroso para criarmos filhos e cuidarmos uns dos outros. O laço de sangue não garante proteção nem pertencimento. A competição se entranha na base dos afetos familiares sem disfarce nem hipocrisia, legitimando os interesses patrimoniais. Temos novas formas de organização familiar baseadas em laços afetivos. Os componentes da família tradicional se ampliaram, mas parece haver confirmação da importância das trocas e dos acertos econômicos na constituição da empresa familiar. O perfil dos sócios mudou, o objetivo ainda é o mesmo.
Homens e mulheres procuram renunciar menos a própria existência em nome dos filhos. As relações conjugais estáveis se tornaram mais raras. Vivemos num tempo de transição, não sabemos quais benefícios e prejuízos colheremos dessa história.
As relações românticas não precisam passar todas pelo casamento, pelo matrimônio. Mas, para quem cogita o matrimônio, e para quem o faz com muito medo da questão patrimonial que pode atravessar a relação romântica, acho que hoje em dia já há muitas formas de separar o patrimônio de um e do outro. Não sei no Brasil, mas nos EUA há os contratos pré-nupciais, quando o casamento é cogitado. Pode parecer esquisito e não romântico, mas para aqueles que têm muito medo, pode ser aconselhável… para aqueles entre os quais há uma diferença de renda muito grande. Há parceiros\as que certamente entenderão essa postura de precaução.
É interessante, parece que nesse contexto filhos têm vindo mais tarde ou nem vêm mais.
Considero importante lembrar em relaçao ao tema ora exposto, que, apesar dos tempos terem mudados e o conceito de formaçao da família não ser mas o mesmo, não anula os propósitos de Deus quando do valor da instituição família. Há que se considerar de que o núcleo família é e ainda será o ponto de apoio e treinamento para uma vida bem – sucedida e equilibrada, pois é na família que aprendemos todas as formas de nos prepararmos para uma vida. O que temos visto em nossa sociedade desregrada e destituída de autoridade paterna e da intervenção do Estado cada vez maior retirando dos pais o poder da orientação e da coordenação e da correção dos filhos. Quem irá substituir o poder paterno