Envelhe ser
20/04/13 10:45A serenata
“Uma noite de lua pálida e gerânios
ele virá com a boca e mão incríveis
tocar flauta no jardim.
Estou no começo do meu desespero
e só vejo dois caminhos:
ou viro doida ou santa.
Eu que rejeito o exprobo
o que não for natural como sangue e veias
descubro que estou chorando todo dia,
os cabelos entristecidos,
a pele assaltada de indecisão.
Quando ele vier, porque é certo que vem,
de que modo vou chegar ao balcão sem juventude?
A lua, os gerânios e ele serão os mesmos
– só a mulher entre as coisas envelhece.
De que modo vou abrir a janela, se não for doida?
Como a fecharei, se não for santa?”
Poema de Adélia Prado
Minha amiga, a psicanalista, Leda Barone, enviou para pensarmos sobre o envelhecimento.
bonito poema, gsoto deste tema. e de esrever poemas como “Tecer a Idade/Como um novo elo de lã do outro mundo/E ter a terna idade/Ver a idade si de uma árvore/Vê-se lhe/que não me pré ocupa a idade/Deve em mós viver/e dar de viver aos anos/que nos rpes estão. /Depois de ser tá idade,/ser dá a mor ré/e vou ´tar à flor da idade.