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por Luciana Saddi

Perfil Luciana Saddi é psicanalista e escritora

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Dificuldade em reconhecer a doença mental

Por Luciana Saddi
22/03/13 09:33

Antigamente, era indicado como tratamento para os doentes mentais, maus-tratos físicos, pedagogia barata, isolamento e dor, pois se acreditava que a doença era fruto de uma fraqueza moral. Algo a ser escondido da sociedade, pois apontava para uma degeneração familiar.

Hoje é sabido que muitas pessoas sofrem de doenças mentais como as psicoses, as neuroses e as dependências de drogas. A incidência na população parece ser igual ou maior que a incidência de doenças cardiovasculares. Mesmo assim nos envergonhamos ou negamos que parentes e amigos sofram psiquicamente.

Ter uma doença mental é ruim, talvez um pouco pior que ter uma doença física crônica, porque é muito mais difícil para quem sofre de alterações psíquicas perceber-se doente e se cuidar corretamente. A loucura (me permito usar esse termo de forma livre e sem preconceito) faz o doente negar seu estado mental e a realidade. Por isso a família tem um papel muito importante para levar quem está doente a se tratar. A doença mental dá muito trabalho para as famílias. Mas, não aceitar a existência dela é condenar o doente e a família a viver num círculo vicioso, dentro de uma montanha russa. Há preconceito e desinformação nessa atitude, levando o doente e os familiares a uma situação de enorme desamparo.

Criancas sofrem porque acreditam que são culpadas pelos estados depressivos ou pela agressividade de seus pais. Esposas esperam que seus maridos parem de beber espontaneamente, pois não entendem que há um processo de adoecimento em curso ou mesmo maridos e pais sofrem com os mais estranhos comportamentos de seus entes queridos, mas não imaginam procurar tratamento para  comportamentos alterados, esperam resultados por meio da fé, da bondade ou por alguma ameaça de castigo até.

Esse descrédito, somado a falta de conhecimento para o adoecer psíquico não permite buscar tratamento medicamentoso nem psicoterapêutico. Hoje há remédios potentes que trazem maior estabilidade para os que sofrem com os distúrbios psíquicos. Também há várias formas de tratamento psicoterápico para o doente e de apoio a família, para que possa reconhecer e cuidar do problema de forma rápida e adequada.

É fundamental perceber que nenhum de nós, jamais, poderá ser igualado a uma doença mental. Cada um adoece à sua própria maneira e é maior que a doença. Temos nossa graça e nosso jeito de ser e podemos ser adoráveis apesar da bipolaridade ou da depressão.

 

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Comentários

  1. Gabrielle Émilie comentou em 22/03/13 at 11:39

    Concordo. É importante buscar a saúde mental e é realmente difícil reconhecer certos estados.

  2. Gerson Justino comentou em 24/03/13 at 15:26

    Prezada Dra. Luciana

    Boa tarde.
    Apreciei muito este texto sobre Doença mental, de fato não são somente demência, ou viver apartado de uma sociedade, mas coisas como alcoolismo, vícios de drogas (regulares ou ocasionalmente). Elogiável é que citou várias vezes a palavra família, o que de fato é aonde devemos ter nosso porto seguro em ajudar e compartilhar quem tem esse problema.
    Parabéns pelo texto e por enfatizar que todos podemos ser seres adoráveis mesmo sendo bipolar, ou sofrer de depressão. Parabéns pelo belo texto e continues competente e valiosa!

  3. Gabrielle Émilie comentou em 25/03/13 at 19:50

    Luciana, sobre o seu audio da primeira página de hoje, sobre TOC, apesar de ter achado interessante, acredito que o pedir desculpas, como hábito, pode ser bastante educado. Nos EUA, as pessoas pedem desculpas e dizem com licença o tempo todo. Por isso acredito que pedir desculpas não precisa estar necessariamente associado ao toc, pode ser uma antecipação a algo que você suspeita estar fora de hora, de lugar, ou algo assim, ou pode ser motivado por um ato que causou algo inesperado ou indevido… enfim, pode não ter um significado tão profundo e pode ser apenas mais circunstancial… mas voltando ao assunto inicial, há tantas coisas que podem passar pela cabeça de alguém que tem toc, não sei se só pensamentos com fundo de ambivalência entre amor e ódio…

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