Folha de S.Paulo

Um jornal a serviço do Brasil

  • Assine a Folha
  • Atendimento
  • Versão Impressa
Seções
  • Opinião
  • Política
  • Mundo
  • Economia
  • Cotidiano
  • Esporte
  • Cultura
  • F5
  • Classificados
Últimas notícias
Busca
Publicidade

Fale Comigo

por Luciana Saddi

Perfil Luciana Saddi é psicanalista e escritora

Perfil completo

A palavra

Por Luciana Saddi
15/03/13 13:34

A mais bela e importante aquisição humana. A palavra é inseparável do pensamento. Não é possível pensar sem nomear. Os nomes das coisas, dos afetos, das ideias racionais ou irracionais passam pela existência das palavras. Cada palavra cria um mundo novo de sentidos e de possibilidades. O vocabulário muda e se expande à medida que estabelecemos novas aquisições sociais e pessoais.

A palavra pode ser plena como a poesia que caça a essência das coisas e nos espeta com sentidos inusuais.  A palavra pode ser como a prosa que mergulha no mundo e se derrama pelos livros de referência. A palavra pode ser vazia, conversa fiada. A palavra cria amantes, gera guerras, e, pode funcionar como um atentado terrorista, mas também acalma, nina, aconchega. É um instrumento extremamente poderoso.

Uma das primeiras pacientes de Freud, antes da psicanálise se transformar num conjunto de conhecimento aceito pela comunidade, chamou o tratamento que fazia com ele de cura pela fala.

Ao falar nos revelamos, nos escondemos, nos traímos. Quando conseguimos dizer o que queremos (é preciso coragem) nos colocamos de forma singular no mundo, mas o silêncio também faz parte da comunicação e pode significar indiferença, superioridade, medo de se mostrar, insegurança.

A palavra inibida, quase casta, lutando contra a autonomia do homem ou palavra liberta, capaz de estender as fronteiras do pensamento? Os psicanalistas  perceberam a importância da palavra plena de afeto no tratamento dos sofrimentos psíquicos. Desenvolveram um dispositivo que permite a livre expressão do sujeito. A singularidade é seu fruto. É também e sempre um alto um preço a se pagar

 

 

Mais opções
  • Google+
  • Facebook
  • Copiar url
  • Imprimir
  • RSS
  • Maior | Menor
  • Comentários
  • Facebook

Comentários

  1. Caleb Salomão comentou em 15/03/13 at 15:15

    Luciana,

    O tão só uso da palavra expressa desejo. Desejo do outro…

    Para que o exercício da fala tenha o efeito de cura (pela reorganização e rearranjo interno do Ser), é importante que a interlocução seja generosa. Generosa de uma forma que revele ao menos a intenção de acolhimento, de um ouvir sinceramento atento.

    Seu texto resgata uma tradição que antecede Freud e que tanta falta faz hoje em dia.

    ThanX pela reflexão!

    • Luciana Saddi comentou em 15/03/13 at 18:30

      sim, a escuta e o testemunho sao fundamentais.

  2. Gabrielle Émilie comentou em 15/03/13 at 17:59

    Lindo!

  3. Demise Mesiano comentou em 15/03/13 at 18:08

    Pois em minha opinião, de nada vale a “palavra” se as expressões não condizem com aquilo que é dito.

    • Luciana Saddi comentou em 15/03/13 at 18:31

      por isso falamos em palavra plena! por isso a poesia…

  4. Luiz Gonzaga comentou em 15/03/13 at 21:58

    Perfeito.
    Mais sinteticamente, um texto mais antigo: no princípio era (é) o Verbo.

  5. eliomar leal dos santos comentou em 15/03/13 at 23:08

    Olá Luciana!

    Só consigo me expressar mais, pela síntese ou pelo silêncio.

  6. Luiz Carlos comentou em 16/03/13 at 4:36

    vc foi feliz ao dizer das palvra, são como um pedra :uma vez atirado chamais voltará atraz. e não sabemos onde esta pedsra vai cair e machucar alguém,.Éé por ai mais ou menos, pois uma palavra de amor fzs vc resusitar, faz vc ir nas nuvens. palavra não tem tamanho e forma. temos que pensar 1000 vezes para dize-las.

  7. Luiz Carlos comentou em 16/03/13 at 4:43

    Elioma, vc me perdoe: o silencio é a arma dos covardes.medrosos. 0u, vamos dizer envergonhados de ser o que, é,
    de expressar seus sentimentos

  8. Luiz Carlos comentou em 16/03/13 at 4:47

    olha a palavra amor. o que ela nos diz.
    Olha a pavra querra,vc ficar na selva, mata, esta esposto a morrer: o que ela nos diz.

  9. Luiz Carlos comentou em 16/03/13 at 4:52

    As palavras são como os patifes desde o momento em que as promessas os desonraram. Elas tornaram-se de tal maneira impostoras que me repugna servir-me delas para provar que tenho razão.

  10. André Azevedo comentou em 16/03/13 at 9:49

    A força das palavras é incontestável. Vejo certa bifurcação no seu sentido. Enquanto elemento de comunicação há uma constante transformação (emprobrecimento). A globalização e, sobretudo, a internet, tem impactado negativamente as palavras como referências fragmentárias da cultura de uma nação. Há um flagrante encolhimento do vernáculo. E isso preocupa…
    Parabéns pelo brilhante texto!

  11. Julia V comentou em 17/03/13 at 11:01

    Ainda sobre a palavra… ligando com as notas que Luciana fez ha alguns dias (obrigada!) sobre o filme “As sessoes” – esse poema aparece no filme.
    (in-traducao livre)

    — Love poem to no one in particular —

    Mark O’Brien

    Let me touch you with my words
    For my hands lie limp
    as empty gloves
    Let my words stroke your hair
    Slide down your back
    And tickle your belly
    For my hands,
    light and free flying as bricks
    Ignore my wishes
    And stubbornly refuse to carry out
    my quietest desires
    Let my words enter your mind
    Bearing torches
    Admit them willingly into your being
    So they may caress you gently
    Within

    — Poema de amor para ninguem em especial–

    Deixe-me tocá-la com minhas palavras
    Pois minhas mãos inertes pendem
    como luvas vazia
    Deixe minhas palavras acariciarem seu cabelo
    deslizar tuas costas abaixo
    e brincar em teu ventre
    pois minhas mãos,
    de vôo leve e livre como tijolos
    ignoram meus desejos
    e teimosamente se recusam a tornar realidade
    minhas intencoes mais silenciosas
    Deixe minhas palavras entrarem em você
    carregando lanternas
    aceite-as voluntariamente em seu ser
    para que possam te acariciar devagarinho
    por dentro.

    • Luciana Saddi comentou em 17/03/13 at 17:44

      amei sua tradução. Obrigada. Esse poeta amou com as palavras, sem dúvida!

Publicidade
Publicidade
  • RSSAssinar o Feed do blog
  • Emaillusaddi@uol.com.br

Buscar

Busca
  • Recent posts Fale Comigo
  1. 1

    Despedida

  2. 2

    CRÔNICA SENTIMENTAL EM UM TEMPO DE TODOS (4)

  3. 3

    CRÔNICA SENTIMENTAL EM UM TEMPO DE TODOS (3)

  4. 4

    CRÔNICA SENTIMENTAL EM UM TEMPO DE TODOS (2)

  5. 5

    CRÔNICA SENTIMENTAL EM UM TEMPO DE TODOS (1)

SEE PREVIOUS POSTS

Arquivo

  • ARQUIVO DE 26/05/2010 a 11/02/2012

Sites relacionados

  • UOL - O melhor conteúdo
  • BOL - E-mail grátis
Publicidade
Publicidade
Publicidade
  • Folha de S.Paulo
    • Folha de S.Paulo
    • Opinião
    • Assine a Folha
    • Atendimento
    • Versão Impressa
    • Política
    • Mundo
    • Economia
    • Painel do Leitor
    • Cotidiano
    • Esporte
    • Ciência
    • Saúde
    • Cultura
    • Tec
    • F5
    • + Seções
    • Especiais
    • TV Folha
    • Classificados
    • Redes Sociais
Acesso o aplicativo para tablets e smartphones

Copyright Folha de S.Paulo. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress (pesquisa@folhapress.com.br).