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por Luciana Saddi

Perfil Luciana Saddi é psicanalista e escritora

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Freud não explica, interpreta!

Por Luciana Saddi
05/03/13 10:28

Quando um ato falho surge ou quando cometemos um lapso de linguagem é comum que alguém nos diga a frase: Freud explica. Mas o que essa frase quer dizer? Freud quis mesmo explicar?

Nós psicanalistas somos mais humildes do que o senso comum imagina, pois nossa pretensão não é explicar, podemos, apenas, afirmar que Freud interpreta. Existe diferença entre explicar e interpretar.

A interpretação está na base de funcionamento de todas as psicoterapias analíticas. Indica um trabalho em busca de sentido para as vivências do paciente. Algumas vezes o sentido parece se ocultar num segredo, que desvendado faz o sujeito avançar no conhecimento sobre si. Outras vezes, interpretar significa favorecer a ligação entre pontos aparentemente desconexos, possibilitando a emergência de novos sentidos e novas percepções.

Interpretar também pode ser entendido como contar, narrar e expor. São referências para o mundo da ficção literária e do teatro, referências que dão vida aos personagens, são meios para exibir certas questões ou mesmo contar histórias que não devem ser esquecidas.

Ao analista resta levar em consideração o que emerge. Trata-se mais de penetrar e de identificar as entranhas que dão suporte às visões que temos de homem e mundo, e menos, muito menos, de procurar explicações sobre como se formam tais pensamentos e afetos.

Interpretar significa promover sentido e saber singulares. Tomar o discurso do paciente de tal forma que o faça revelar uma verdade intrínseca e, ao mesmo tempo, deixar ao encargo do paciente a elaboração desse momento. Pois, cada descoberta leva à quebra da rotina psíquica, cria uma pequena crise e promove aumento de patrimônio sobre nós mesmos.

Assim, da próxima vez que alguém lhe disser, Freud explica, replique dizendo, não, de jeito nenhum, Freud interpreta!

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Comentários

  1. gabinete do Dr. Montenegro comentou em 05/03/13 at 17:30

    Explicação incompleta. O texto pinta o psicanalista como um detetive atrás de pistas ocultas para chegar a um veredicto. Se fosse assim, qualquer pessoa poderia interpretar conteúdos inconscientes de outrem, produzindo efeitos. E pq somente psicanalistas interpretam? PQ A INTERPRETAÇÀO SE DÁ NECESSARIAMENTE NO CONTEXTO ESPECÍFICO DA TRANSFERÊNCIA-CONTRA-TRANSFERÊNCIA. Sem isso, possibilitado pelo enquadre psicanalítico, qualquer interpretação torna-se inócua e não faz parte do que é a Psicanálise de fato.

  2. Marcela comentou em 05/03/13 at 18:00

    Não vejo o texto, de forma alguma, como incompleto. Trata–se de um texto voltado para um meio de comunicação popular e que, por isso mesmo, tem que ser colocado em palavras simples e sem grandes aprofundamentos teóricos. Mesmo com uma certa simplicidade, com intuito de se fazer entendida pela comunidade em geral, a psicanalista sustenta de forma muito qualificada que não somos detetives, tão pouco que temos o poder de saber sobre o saber de nossos pacientes, ela salienta, de forma muito humilde, as limitações de um trabalho psicanalítico, que se define por caminhar a partir das e nas elaborações de nossos analisandos. Parabéns pelo texto sublime e produtivo!

  3. Paulo Varão comentou em 07/03/13 at 7:25

    Há uma frase dita por Freud: “Não existe uma regra de ouro que se aplique a todas as pessoas; cada pessoa precisa encontrar um modo/maneira para se salvar”.

    • Luciana Saddi comentou em 07/03/13 at 16:54

      grande frase! obrigada por traze-la pra cá.

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