Fantasias sexuais
20/02/13 10:08Quando procuramos colocar em prática algumas fantasias sexuais, podemos tanto descobrir uma coisa nova quanto nos arrepender.
As fantasias sexuais revelam características da nossa estrutura psíquica. Por exemplo, um homem competitivo que, desde a tenra infância, deu um duro danado para enriquecer, rivalizando com outros, pode fantasiar, no decorrer da relação sexual, que colegas e conhecidos investem em sua parceira, mas que ele é quem a leva para a cama e sai vitorioso. Há uma relação entre a fantasia excitante e os desejos de vitória e conquista da vida real.
Uma mulher submissa e medrosa pode fantasiar que é amarrada e punida fisicamente. A fantasia de sofrimento e de perda de autonomia se torna parte integrante do ato sexual e do gozo.
Outro pode fantasiar com uma orgia sem limite, em que ele é desejado e deseja homens e mulheres. Uma fantasia de grandeza sexual, que possivelmente revela seu desejo de onipotência.
Essas fantasias sempre se inscrevem na ordem da transgressão, mesmo que aparentemente sejam pueris, por isso são mais excitantes. Afinal o homem que vence outros homens é um matador e, portanto, um fora da lei no plano da fantasia.
A questão pode se complicar quando há uma passagem ao ato e à realidade. Às vezes essa passagem implica na quebra de uma lei interna, gerando culpa, angústia e medo. Um segredo sexual nem sempre tolera um encontro real, que pode ser muito prazeroso, mas depois se tornar fonte de perturbação. É preciso cuidado e não se jogar diretamente na experiência nova!
Quando fantasiamos usamos palavras que se tornam mágicas e excitantes, que nos transportam para outros mundos e nos protegem de agir (e de quebrar a cara) ao mesmo tempo. Por isso podemos devanear, escrever, assistir filmes. Imaginar é diferente de fazer. E embora a transgressão seja pimenta para o sexo, é preciso não colocar pimenta nos próprios olhos.