Sobre os sonhos
16/01/13 10:14Não há quem não tenha um dia se intrigado com essa capacidade humana. Desde a antiguidade, o Homem procurou sentido para o sonho. Foi na passagem do século XIX para o XX que eles ganharam uma interpretação psicológica. Freud entendeu que os sonhos eram expressão psíquica de vivências emocionais e desejos proibidos. Em 1900 lançou seu mais famoso trabalho, intitulado, a Interpretação dos Sonhos, obra que desvendou a vida onírica de forma científica e detalhada e mudou para sempre a concepção que temos sobre o sentido dos sonhos.
Os sonhos são vias nobres de acesso ao desconhecido e formam um valioso patrimônio para o autoconhecimento.
Enquanto dormimos, sofisticados processos trabalham imagens, sons, percepções difusas, nacos de ideias, de sensações e de sentimentos vindos do passado ou de experiências recentes. Esse trabalho do sonho produz histórias inteligíveis, constrói cenas ou cria fragmentos incompreensíveis, pode também despertar fortes emoções, pois para o sonhador, o sonho é vivência, ele não sabe, na maior parte das vezes, que está sonhando.
Os sonhos realizam desejos inconfessos, informam sobre o funcionamento psíquico e apontam conflitos. Alguns são claros, objetivos; outros, labirínticos e tortuosos. Na posição de sonhador nos revelamos crianças, artistas criativos ou nostálgicos de plantão. Muitas vezes somos tomados por um incrível bem-estar após acordarmos de um sonho vívido e bom, como se recuperássemos um tesouro perdido. Outras, sofremos, atingidos por pesadelos angustiantes que produzem uma sensação de estranhamento e culpa.
Os sonhos recorrentes indicam que é preciso pensar os temas neles contidos e relacioná-los com nosso mundo interno. Para os psicanalistas sempre há sentidos ocultos em qualquer tipo de sonho, mas, não há símbolos fixos funcionando como chaves de fácil e pronta compreensão.
O sonhar é considerado uma função saudável do psiquismo, indica que há produção de símbolos capazes de expressar vivências e sentimentos. Os psicanalistas se preocupam mais quando os sonhos não ocorrem ou nem são lembrados, o que indica dificuldade em ter contato com o próprio mundo interno e impossibilidade de elaborar e expressar vivências emocionais.