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por Luciana Saddi

Perfil Luciana Saddi é psicanalista e escritora

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Alienação Parental: uma tragédia

Por Luciana Saddi
23/10/12 10:06

O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), desde meados de 2010, prevê punição para quem comete alienação parental. Isso significa que mãe, pai ou avós, podem ser punidos pela lei se atuarem para dificultar o contato do menor com um dos genitores ou se atuarem no sentido de desqualificar ou destruir a imagem de um dos responsáveis pelo menor.

Havendo condenação os culpados estarão sujeitos ao pagamento de multas, perda da guarda e a detenção de seis meses a dois anos. O Estado passa a regular e a normatizar os familiares, visando proteger a família e coloca em evidência a questão da Alienação Parental, reconhecendo os prejuízos materiais, afetivos e emocionais decorrentes dessa atitude.

O principal motivo que leva um genitor a desqualificar o outro genitor e a desestimular os filhos a terem contato com o mesmo é a dificuldade em elaborar o trauma da separação. O genitor, ao não aceitar o fim do casamento, pode ser tomado pela melancolia e pela dor intensa. Esses fortes sentimentos geram ódio e sede de vingança. É quando ressentimento se instala. O ressentido crê que pode prejudicar livremente, que é seu direito, pois se sentiu muito lesado. Não poupa os filhos e coloca em risco o desenvolvimento psicológico deles. Não consegue perdoar.

Por sua vez, os que se deixam alienar podem estar deprimidos, conformados demais a uma posição de vitima. Uma espécie de masoquismo moral pode se apoderar deles. Alguns repetem a própria história de abandono e de perdas, pois sofreram na infância ou juventude traumas dessa ordem. Outros parecem impotentes e incapazes de lutar pelos filhos que saem bastante castigados dessa situação.

Crianças são usadas com facilidade pelos pais que acreditam que seus filhos são seus joguetes. A dependência infantil é a principal arma para perpetrar o crime de apagar parte da história de alguém. A culpa em relação ao genitor alienado ocorre quando o filho percebe que foi vitima e cumplice desse tipo de estratégia maligna. A desconfiança de quem patrocinou a alienação se instala de forma avassaladora, pois a situação é desconcertante.  A dor causada pela mentira é muito violenta.

Dor que gera dor, violência que gera violência. A lógica da Alienação Parental é a antítese do perdão. A impossibilidade de superar, marca psíquica do progenitor, se torna uma posição insuperável para o descendente, que não têm como reparar ou modificar o passado. A Alienação Parental é uma tragédia.

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Comentários

  1. Julia comentou em 23/10/12 at 13:29

    Nos casos de separacao ou divorcio a questao fica um pouco mais clara, e creio que deveria ser responsabilidade de qualquer adulto que presencie atos desse tipo de “exercicio de poder” de chamar o parente alienante as falas, para que possa perceber sua posicao.
    Por outro lado, existe uma forma de alienacao parental, bem insidiosa, escondida e muito sutil, a que acontece nas barbas do parente alienado, ou seja, nos casais que estao juntos e que se desentendem muito. Isso mesmo, digo barbas, pois creio que alienar o outro eh um artificio tipico da mae.

    • Luciana Saddi comentou em 23/10/12 at 23:37

      concordo com vc, mas observo que isso ocorre nao apenas pela influência das maes, muitos pais, narcisitas, jogam contra as esposas e essas, por diversos motivos, aceitam a alienacao e nao lutam por respeito dentro da família.

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