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por Luciana Saddi

Perfil Luciana Saddi é psicanalista e escritora

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Palavras para dizer

Por Luciana Saddi
31/07/12 14:08

Internauta: Desde que me entendo por gente sofro com sintomas de transtorno obsessivo compulsivo e depressão. Encontrei na Psicanálise um caminho de autenticidade nunca antes visto na minha vida. As obsessões logo diminuíram e a cada sessão sinto que me conheço mais, o que é muito bom, pois só me via pelo olhar dos outros, geralmente nada gentil e, por vezes, violento e cruel.

Minha família está passando por dificuldades financeiras e sinto que o dinheiro das sessões poderia ser empregado no abate de certas dívidas. Só que tenho medo de abandonar o tratamento e, eu mesmo, ir de novo ao abate das minhas emoções. Nunca encontrei um psiquiatra que me escutasse, as sessões sempre duram menos de cinco minutos, e tenho medo de perder o eixo só com medicamentos, como já perdi diversas vezes…

Minha intenção é voltar pra análise depois de alguns meses. Nesse ínterim, há algo que eu possa fazer pra minimizar os danos que a falta de tratamento pode causar?

 

Luciana: Tornei-me analista porque encontrei na Psicanálise isso que você sente ter encontrado: autenticidade – tenho palavras para dizer. É prazeroso estar num processo de análise (mesmo que haja momentos de dor), fazer descobertas e trabalhar em conjunto a fim de promover autoconhecimento. 

Em time que está ganhando não se mexe. Freud já havia observado uma reação de resistência, bastante frequente, em pacientes que progrediam na investigação analítica. Portanto, essa questão de interrupção do processo terapêutico deve ser analisada pela dupla paciente e analista, pois a realidade material pode estar a serviço de sacrifícios masoquistas e inúteis.

Não conheço um remédio geral que minimize a falta de psicanálise. Cada um de nós descobre como continuar a se analisar na ausência de um terapeuta. Não há receita! Eu escrevo, esse foi o meu caminho. Outros entram em contato com as artes, procuram atividades relacionadas à criatividade ou praticam esportes.

Num artigo de 1937, Análise Terminável e Interminável, Freud faz considerações sobre o fim do processo analítico, ele fala da importância de introjetar um analista e seu método, para recorrermos a esse patrimônio nos momentos de crise ou de curiosidade, em que o autoconhecimento se faz necessário.

 

Quando não tenho o poema a mãos,

ou  não posso cantar meia dúzia de versos,

quando devo ao mundo

 objetividade.

Perdida no entre atos

dividida em pathos e fatos.

– Ah, lua! Se tivesses me mostrado antes teus desencantos…

 

Ana Tanis

 

Poema escolhido por Ana Tanis, psicóloga, bacharel em letras e curadora de poesia desse blog.

 

Dica: Palavras para dizer, livro de Marie Cardinal. Relato autobiográfico sobre seus sete anos de análise. Marie chega ao analista por causa de um sangramento que não cessava havia três anos.

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Comentários

  1. gabriela comentou em 05/08/12 at 21:27

    mais uma resposta genérica. luciana, desculpe a sinceridade, mas se for para se esquivar toda vez que publica uma pergunta de internauta, é melhor cancelar esse item do blog.
    não encontrei na sua resposta a resposta que o internauta pergunta: como usufruir de algo que sabe que o faz bem mas que tem um valor e colocar-se em primeiro lugar, mas sem a culpa por não empregar esse dinheiro para ajudar a família, mesmo com a condenação dos mais próximos com nosso “egoísmo” (e a própria condenação pelos mesmos motivos).

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