Sem perdão
18/07/12 11:09Internauta: Esse sufoco é como se fechasse minha garganta, meu peito dói, sinto uma pressão horrível dentro de mim. A tristeza é grande demais, acredito que tem a ver com depressão. O que ninguém entende é que não estou assim por amor, pelo menos amor homem/mulher, porque isso não teve tempo de acontecer. Mas não nego que estava (estou) muito apegada e gostando dele. A dor maior é a palhaçada toda que ele fez, não tinha que me pedir em namoro, já que nunca cobrei ou pressionei nada.
Eu não consigo ficar brava com ele, eu queria odiar, ter raiva, nojo, não consigo! Tenho mágoa. Estou brava por ter acreditado, confiado e me dedicado a essa mentira. Ele nem ao menos pensou em mim na hora de me chutar. Parece que quanto mais tento acertar com as pessoas, mais me ferro. Gostaria de entender o que tem de tão errado assim comigo.
Luciana: Essas sensações terríveis são sinais de angústia. Significa que se está correndo perigo. O perigo é interno. Há sinal de risco de autodestruição.
Diante do abandono e da traição você reage se odiando. Como foi que se deixou levar por esse homem? Por quê? Você faz uma série de autoacusações penosas, enquanto o agressor é poupado de sua raiva. Esse mecanismo revela onipotência, como saber se alguém vai nos trair? Mesmo que haja sinais, somos vulneráveis à sedução. Você não perdoa sua vulnerabilidade, cegueira e impotência, então se ataca!
Lembre
Todo dia pise
Um degrau de
cada
vez
Todo dia lembre
Em cada encontro
há um
adeus
Eunice Arruda
http://celuzlose.blogspot.com.br/- Quarta edição
Poema escolhido por Ana Tanis, psicóloga, bacharel em letras e curadora de poesia desse blog.
Dica: Ligações perigosas, um filme de Stephen Frears que trata do prazer que um casal sente em seduzir e destruir a vida de pessoas com boa reputação.
Como a internauta se condena, coitada! Fico só imaginando as punições a que ela se submeteu, sendo a primeira ter se entregado a esse amor cafajeste. Mas quem nunca? Por outro lado, a internauta tb pode estar sofrendo tanto por pena de si mesma. Coitada tb se esse for o caso. No final, aceito que existem pessoas boas e ruins, só descobrimos nos envolvendo. E só descobrimos de que lado estamos ao passarmos por testes como esse, impostos pela vida. Internauta, de que lado vc esta?
Oi Luciana. tudo bem ?
Tenho uma duvida a respeito desse caso, de muitos outros casos de amigas e meus tambem que sao muitissimo parecidos com esse:
Todo problema de relacionamento amoroso tem origem no complexo de Edipo ?
Eu leio um pouquinho de Freud e fico pensando se casos como esse podem ser “solucionados” (no sentido de achar-se uma logica neles) atraves de uma analise do que ocorreu no momento edipico daquela pessoa…
Obrigada e parabens pelo seu dom, encantador, de escrita.
obrigada pela leitura atenta, vou responder no blog em breve, pois a questao colocada por vc é complexa!
Obrigada pela sua resposta.
Entao, isso ficou na minha cabeca por uns dias… e eu estava vendo a questao edipica sempre pelo vies do problema, da insatisfacao: a mulher que nunca esta satisfeita com o homem que tem, a que vive reclamando, aquela que arruma amantes e trai o marido, aquela que fica com todos na balada mas termina a semana com um sabor de desapontamento… mesmo afirmando categoricamente que quer casar e ter filhos.
Mas agora fiquei aqui imaginando se o complexo de Edipo (como um “modelo” de relacionamento com o parente de sexo oposto, que atuaria “por tras das cortinas”) nao estaria presente em todos os relacionamentos… estaria ? mesmo naqueles que dao certo ?
Apesar de toda essa confusao que fiz, creio que uma coisa eh certa: o amor continua a nos interrogar.