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por Luciana Saddi

Perfil Luciana Saddi é psicanalista e escritora

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Comentários sobre as variáveis ambientais no Autismo

Por Luciana Saddi
05/04/12 18:47

Luciana: Juliana, como vive a população Somali na Suécia?

O desenraizamento, as mudanças de país e de condição de vida podem afetar a capacidade de cuidar. Há casos de crianças que se fecham para o mundo em função de violência e abandono – o sofrimento psíquico em grandes doses pode levar a regressões. Talvez falte alegria junto com as faltas de sol e vitamina D. Mães deprimidas tendem investir pouco nos filhos. Bebês que sofrem pouco investimento afetivo dos pais são mais vulneráveis ao adoecimento psíquico e físico.

Me lembro de ter estudado o caso de uma criança argentina, que foi encontrada em estado bastante regredido pela avó – os pais da criança foram levados pela repressão militar (se tornaram desaparecidos) – e essa avó, muito sensível, buscou tratamento para a menina que estava em estado de fechamento. Durante o tratamento a avó que acompanhava a vida da família relatou que o filho e a nora se tornaram pais mais distantes em função do medo que sentiam da ditadura militar e de ameaças de perseguição. Ninguém sabia quanto tempo a menina havia ficado sozinha, depois da operação de invasão e sequestro dos pais. Um longo e belo trabalho analítico foi realizado para que a garotinha voltasse a se abrir para o mundo, entendesse a situação e elaborasse o luto pela perda dos pais.

Outro exemplo está no filme, Império do Sol. Um menino se fecha para o mundo, após um longo abandono e muito sofrimento. Com isso quero dizer que não devemos subestimar as variáveis constitucionais, mentais e ambientais nem a complexa interação entre as mesmas.

 Os estudos sobre a vida mental dos bebês são fundamentais para que possamos compreender algumas patologias e a saúde.

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Comentários

  1. Juliana comentou em 06/04/12 at 15:38

    Luciana, a população somali na Suécia, assim como de outros grupos de imigrantes, certamente sofre das consequencias do desamparo que a situação do asilado traz. A questão da vitamina D surgiu porque mesmo em comparação com imigrantes de outras nacionalidades (entre os maiores grupos estão Iraque, Irã, ex-Iugoslávia e Afeganistão) a incidencia de autismo ainda é maior em crianças somali.
    Aqui se discute muito a questão da apatia em crianças asiladas, e esse fechamento parece acontecer independente do país de origem. Mas justamente a questão do autismo em crianças somali (de mães escuras, de corpos cobertos e vindas de um país rico em luz solar) intriga muito.
    O que os pesquisadores iam fazer é comparar os índices de vitamina D após o nascimento em crianças somali que posteriormente receberam o diagnóstico autismo (baseados na biodatabase PKU, que recolhe amostra de sangue de todos os recém-nascidos no país) com os índices de seus irmãos sem o diagnóstico. Até onde acompanhei o debate nenhum resultado foi publicado ainda. A notícia da pesquisa saiu ano passado. Sabendo do resultado compartilho com você!

    • Juliana comentou em 06/04/12 at 15:47

      Obviamente os especialistas em autismo na Suécia não o atribuem somente à deficiência de vitamina D! A questão é mais se esse é mais um dos fatores ambientais que contribuem para o desenvolvimento de transtornos do espectro do autismo.

  2. Luciana Saddi comentou em 06/04/12 at 17:06

    Quando tiver mais informacao sobre os resultados dessa pesquisa compartilhe conosco! Temos muito o que aprender!

  3. Luciene comentou em 06/04/12 at 20:06

    Estou acompanhando atentamente os posts com o tema “autismo”. Gostaria de ter mais informações, especialmente sobre o amplo espectro do autismo onde estão enquadradas crianças que se comunicam bem, são amorosas e frequentam salas de aula tradicionais. Também gostaria de ver repondida uma questão exposta em outro comentário: como a psicanálise vê o autismo?

    • Luciana Saddi comentou em 06/04/12 at 21:09

      Para ter mais informacao leia a entrevista com a psicanalista Mariangela Mendes postada no blog em duas etapas: diagnóstico e tratamento.

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